"Enquanto houver champanhe há esperança" (Zózimo)
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Rio de Janeiro, Brazil
Sem uma verdade-conclusão, sigo escrevendo com paixão sobre tudo que absorve essa existência do cão.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Um devaneio

Na Faixa de Gaza dos meus sentimentos
Não sobra mais ódio nem bombardeio
Com o passar dos meus arrependimentos
Vou apagando tudo aquilo que odeio

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Mellon Collie And The Infinite Sadness


Um dia tão Smashing Pumpkins. Na verdade, só pelo título do disco mais célebre da banda. O prêmio tristeza é de Ian Curtis, do Joy Division. Eu ainda não sei muito bem, mas tudo me conduziu ao cinema hoje. Fui assistir a Control (com muito atraso, devo dizer) no velho Cine Arte UFF esta tarde.

Fazia tanto calor e os ônibus estavam tão cheios às 18h30 que só mesmo um cinema podia organizar as emoções e me livrar do calorão pós-chuva tão atordoador. Já sabia que Control estava passando neste cinema, só não sabia que o horário casaria tão perfeitamente com o acaso.

Saí puto da sessão. E não consegui me lembrar de outro filme que tivesse me deixado puto, o que não significa que o filme seja ruim, muito pelo contrário. Uma irritação já vinha me consumindo desde que Ian começou a cornear a mulher que ele roubou do amigo e inventou de ter um filho com ela. Tudo muito gratuito e de bobeira na vida do ex-vocalista do Joy Division.

Neste momento lembrei da minha teoria sobre pessoas cuja genialidade esconde uma tremenda precariedade no campo emocional. Talvez eu ou você que está acompanhando este texto soframos disso. Pelo menos eu não tenho epilepsia, graças a Deus. Nem roubei ninguém de alguém e sugeri que tivéssemos um filho para depois, no meio da rua, de manhã cedo, dizer que não amo mais.

Aliás, eu falo demais. Ele não dizia quase nada. Fiquei todo o tempo tentando me afastar da personalidade de Ian Curtis enquando assistia ao filme sobre sua vida. Mas não tive escapatória e me idenfiquei com ele sim. Hoje eu fiquei triste de bobeira. Ainda que só hoje, ou de vez em quando, eu pelo menos percebi que fico feliz mais vezes do que triste. Isso já é alguma coisa.

A vida de Curtis foi feita das tristezas que ele inventou, equivocadamente. Mas quantos não fazem isso sem motivo aparante? Eu estou triste hoje porque em 2009 vou começar um nova vida. Ainda não é do jeito que eu gostaria, da forma, e no lugar certo, mas é saída para alguma parte. O processo é de solucionar e não problematizar. Imagina só se eu embarco numa depressão destas, de bobeira, e me encontram morto com uma corda no pescoço?

Eu não sou sério o bastante como Curtis para isso. Na verdade, eu nunca fui sério. Sou fanfarrão, como dizem por aí. E por isso saí tão irritado da última sessão de cinema. Incomoda ver gente desperdiçando vida porque vê problema em tudo. Que mania é essa de transformar felicidade em cacos de vidro para ficar cortando o pé e sangrando eternamente?

E quem garante que a minha melancolia acabou? Estou aqui ainda lutando com ela, envolvendo o peito com uma corda e apertando, apertando, apertando, para ver se desaparece na fina poeira do ar. Mais um pouco e acho que... sim... est0u quase conseguindo.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Quando

Já não tenho mais sites para futucar. Essa hora que não passa. Quero sair daqui, mas não sei para onde quero ir. Dá para entender? Não... Vou sair daqui a 1 hora e 45 minutos, mas para aonde, com esse cansaço ainda por cima? Casa? Bar? Rua? Andar seria bom...

Estou cansado, exausto. Se deixar, eu sou capaz de dormir um dia inteirinho. Mas isso não vai acontecer já. Aliás, os prazos estão suspensos. Perdi totalmente a noção de tempo espacial. Não tenho como prever nada. Sei que vai levar tempo, mas não sei quanto.

Enquanto isso, fico com esta bola de ferro atada ao tornozelo e paralizado aqui neste fim de tarde de mais um dia bipolar, ora chuvoso, ora ensolarado. Que desgraça! É uma inconstância tão parecida com o estado interno, no momento, nebuloso.

Claro que vai passar. Tudo passa, como dizem por aí. Mas quando? Quem sabe dizer, meu Deus?!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A hora da abonança

Essa vida tão fragmentada por dias da semana. É neles que os ajustes acontecem. Ainda mais quando a segunda-feira está só começando. Senti um sopro de leveza. O vazio onde normalmente a angústia costuma tomar conta ficou cheio de esperança.

Afinal, os tais dias melhores virão devem estar chegando, não é mesmo? Quem pode passar tanto tempo no campo das dificuldades. O verde-esperança que espero traz amor, saúde, cura, dinheiro, prazeres e, especialmente, realizações.

E eu já queria dar o ano como encerrado desde o mês passado. Impossível! Até 31 de dezembro, 2008 se fará presente com toda a sua complexidade, demanda. Tudo bem, não é mesmo? Para quem chegou em novembro tão bem quanto começou janeiro, é uma benção. A vitória da persistência e do bom humor em plena segunda-feira. Que dia mais produtivo!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O Funk


Ainda não posso despejar aqui os novos versos que fizemos. Na verdade, eles são um reflexo tão urbano e poético do cotidiano, pelo menos de quem vive no Rio de Janeiro.

E tem a ver com o funk, expressão máxima da marginalidade, da genialidade de quem expõe em poucas palavras, objetivamente, um estilo de vida que, sim, merece todo o respeito. Além de ser música. Music is our hot hot sex! Certo?

A primeira vez que realmente tive contato com essa sonoridade, em termos de trabalho, foi quando participei, meio que por acidente, da gravação do vídeoclipe do Mc Leozinho. Lembram-se dele? Foi responsável pelo hit do verão 2005/2006, com a pegajosa e incrível 'Ela Só Pensa Em Beijar', pérola que acabou na voz de Roberto Carlos, tá?

Lembro que eu não tinha a menor idéia de quem fosse o tal Mc Leozinho quando o conheci. Sua música, muito, mas muito menos mesmo. Até que pude ouvi-la umas 30 vezes no mesmo dia. E pronto. Acho que nas primeiras 10 audições eu já sabia a letra de cor.

Era um calor de janeiro bem peculiar. Começamos cedo e não havia um roteiro decente, apenas fragmentos de idéias que, felizmente, funcionaram muito bem com palpites e idéias de todos os envolvidos na equipe de filmagem. Sugeri que ele - o Mc Leozinho - mergulhasse no mar no último take. Não existia um final para a historinha de amor de verão do vídeo.

O mar, no caso, não era de Búzios ou da Prainha, na Barra. Era água da Baia de Guanabara, mais precisamente da Praia de Adão, ou a de Eva. Até hoje não sei diferenciar essas praias estranhas e belíssimas que ficam em Jurujuba.

- Você se importa de mergulhar nessa água? - perguntei ao nosso astro do videoclipe.
- Eu? Tá mó calor, problema nenhum - respondeu o artista, que estava derretendo há horas.

Infelizmente, não foi este o take escolhido para o final do vídeo. Mas, eu tive a felicidade de gravar o plano escolhido. Tanto este que acabei de relatar, quanto o que entrou na edição final e tocou em tantas tardes do Multishow.

Quando sai daquela praia já de noite, cansado, bronzeado, depois de ajudar a desmontar o equipamento, ainda não acreditava que aquilo pudesse der certo. Deu. E, volta e meia, é esta música que sacode a pista de qualquer festinha após as 3h, 4h da manhã.

Acho graça da letra que acabei de escrever com Mary. É muito boa. Que ouvido precioso tem essa menina. Que destreza, perspicácia auditiva ela tem. Se é música e tem o toque dela, é ouro puro. E eu, tão ignorante musicalmente, acho que consegui educar estes ouvidos desavisados. Mas tive excelentes 'professores', confesso.

Ah! O vídeo do Mc Leozinho... faço questão:


domingo, 26 de outubro de 2008

Magia

Vultos pretos. Por toda a parte. Por que fico enxergando essas coisas? Essa adivinhação toda? O que isso tem a ver com a derrota de Gabeira?

Desde cedo, quando sai com minha camisa verde de cogumelos azuis sabia que, mesmo com todo o verde das forças da natureza, seria difícil ver Gabeira como prefeito do Rio, minha segunda cidade, cidade que me recebeu e me absorve diariamente.

Mais do que isso. Senti a derrota se aproximando. Não que isso tenha sido uma premonição. Quanta pretensão. Não quero. É apenas mais uma entre tantas certezas diárias que, às vezes me surpreendem quando acontecem. A disputa foi acirrada, voto por voto. Eu acompanhei e gostei, com exceção do resultado, claro.

Não pensei que a profissão ainda fosse me surpreender com novos prazeres. A verdade é que eu estava esperando alguma coisa melhor. Não só no campo das expectativas. Eu tinha alguma certeza disso também.

É como a música seguinte que vai tocar no meu player. Como não gosto de rotina e repetições me cansam, não consigo ouvir uma série de músicas sempre na mesma ordem. Quase nunca. Gosto de randonizar, ouvir um disco de outro jeito. O aparelho escolhe e eu adivinho. Quando está terminando uma faixa, o meu desejo praticamente transforma a próxima em realidade.

São poderes telepáticos. E não funcionam apenas com objetos sem "vida". Tenho lá minhas conexões com algumas pessoas. Mas, há objetos que têm vida a partir de um botão, por exemplo. A tecnologia não deixa de ser orgânica. Ela envolve, move-se, transforma. Com algum empurrãozinho humano, mesmo que baste apenas apertar uma tecla.

E quando não funciona, sai da órbita, não há porque se frustrar. A menos que já tenha idealizado demais. Se consegue flutuar de acordo com os gases na banalidade, o vôo é mais estável. O que não impede que haja turbulência no processo. Houve sol. Horário de verão e um afogamento na praia.

Não reclamei da ausência de pelo menos uma gota de sol. Eu cheguei e ele já tinha se escondido de mim. Mas o mar continuou no mesmo lugar com suas ondas. Uma estava reservada a banhar este corpo tão necessitado de uma lavagem de alma providencial. E assim o destino deu seu jeito de ajustar. Com mágica, é claro.

sábado, 25 de outubro de 2008

Madrugada, meu bem

Madrugada?
Tudo bem
Gargalhada?
Também
Eco de silêncio,
Espírito do bem
Saudade do futuro,
Amanhã tem
Peito aliviado?
Pra quem?
Sono desgraçado,
Vai além
Paixão?
Ninguém
Vida renovada,
Amém!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Na sexta-feira

É como se nada pudesse atingir, ainda que exista um tantinho de receio lá no fundo. Desapareceu e não retornou. Melhor não fazer muito alarde sobre isso. E não cavucar demais os pensamentos.

Amanhã é sábado e eu trabalho. Depois trabalho domingo, segunda, terça... e só terei folga na sexta-feira à noite (da semana que vem). Por isso, todo tipo de sensações podem ocorrer durante estes dias. E me permito a todas elas.

O sol da sexta-feira ainda é o mais perfeito. A cidade continua linda e (ainda) não possui coisas-bomba, sabe como? Homem-bomba, carro-bomba, avião-bomba, agora existe burro-bomba também.

É possível transitar com algum sossego por esse Rio de Janeiro tão necessitado de dias quentes de sol. E noites abafadas. Essa temperatura mexe com tudo. O corpo, a alma e... os desejos. Até com os computadores, que suam as suas CPUs e esquentam o rabo dos monitores.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Dias bipolares

Fora toda a inconstância do clima - quente demais ou chuvoso demais - há uma dualidade pairando em toda parte. Essa alternância tão esquista de humores. Tantos momentos, sensações. A hora custa a passar, mas, em alguns momentos, passa depressa demais também.

Olho para o relógio do computador e sei que quero sair. Está quase na minha hora. Um dia que começou com promessas positivas não fluiu como se esperava. Não é uma questão de expectativa apenas. Não funcionou. A angústia não se desfez. Que agonia! Um desconforto tão agudo, o peito tão pesado ainda.

Será que vai demorar muito a passar? Vou atravessar a rua para ver como fica. Talvez uma mudança de ambiente seja favorável. Trocar esse frio fake de ar condicionado pela ausência de brisa que está lá fora. Um pouco de calor talvez resolva. É claro que vai passar. Uma hora vai! Como num passe de mágica. E pronto! Desapareceu... mas pode retornar.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Madrugada

O "silêncio" da madrugada. Não tem um cão sequer latindo agora. Ouço apenas a brasa do cigarro queimando e o barulho do ventilador. Esta é a verdadeira primeira noite de primavera/verão, como não negam os termômetros que acusaram plenos 34 graus no começo da tarde. A lua é cheia e brilha lá fora. O esplendor deve acontecer amanhã ou depois. Por dentro, eu fiquei vazio por um instante. Tudo que eu sei fazer ou devo fazer desapareceu. Não sei como. Criatividade, atividade, radioatividade. Deve ter sido em uma destas manifestações. Os círculos que fazem os ventidalores de teto. Não só isso, o ruído. Ele quem rompeu a minha angústia. Pausou meus batimentos também. Me fez respirar, ainda que ofegante, cansado. Ainda há muito o que fazer pela frente. E em curto tempo. Já não tenho muito, essa é a verdade. Preguiça! Preguiça de pensar o que escrever. Fadiga, inércia, falta de iniciativa. Não! ...Iniciativa eu tenho, eu planejo muitas vezes. Mas, não executo. Deixo para amanhã ou depois. De última hora... ou, então, não faço nada. Adio. Finjo que não escuto. Pulo a pergunta, saio de perto, sumo da vista. Ah! Queria tanto desaparecer... ficar invisível talvez resolvesse. Mas não insignificante. Esse estágio não é fértil. Preciso de segurança e tudo que eu penso é descaminho. Ou melhor, caminho para outras partes, artes! A abstração da forma, a liberdade, o desejo. Não essa batalha hierárquica a qual me submeto diariamente para gerar notícia diariamente. Quero um dia 36. Fora do calendário, mas com lua cheia, feito essa que sobrevoa o telhado da minha casa nesta noite estranha de princípio de calor.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Enquanto isso...

Fico pensando em coisas chatas, tão chatas, que achei melhor não reproduzi-las aqui. Para quê entediar um possível leitor deste departamento?

Queria só ter uma outra identidade durante um dia inteiro. Pensar em outras coisas, outras pessoas, outros problemas, outras palavras. "We can be heroes, just for one day", já dizia Bowie. Mas, por hora, só posso executar um outro verso da música: "I'll drink all the time".

E não vou trabalhar amanhã! Tem coisa melhor? ...Tem. Mas é melhor focar no que é possível ser feito e não no que poderia acontecer. O resto cabe ao destino. Fui...

Afundado na lingerie

E o prêmio de melhor longa-documentário, por meio de voto popular, foi parar nas mãos de Paulo Henrique Fontenelle, diretor de 'Loki - Arnaldo Baptista', que eu vi domingo passado e saí do Odeon Petrobras com a certeza de que seria o vencedor desta categoria.

Quem se animar pode ler a minha review, que foi publicada esta semana no site Revista Paradoxo.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Ma(i)s louco é quem me diz...



Cinema e música são as expressões artísticas que mais têm capacidade de mexer comigo. São experiências absolutamente sensoriais, que dominam todo o corpo. Imagine unidas?
Ainda estou bestificado com o documentário 'Loki - Arnaldo Baptista', de Paulo Henrique Fontenelle, que tive oportunidade de assistir ontem.

O fim dos anos 60 é, desde sempre, um período que me interessa. Desde a época da escola, na verdade. É como se eu tivesse vivido lá. Senti isso com clareza quando fui vi, recentemente, Toni Tornado cantando "BR - 3". Um arrepio tomou conta dos meus poros quando projetaram imagens do Festival da Canção. Pode ser bobagem, mas há uma conexão. E tudo se repetiu ontem diante de tantas imagens preciosas daquele período, que o filme de Fontenelle apresenta.

A vida do controverso mutante é descortinada através de depoimentos do irmão Sérgio Dias, de Tom Zé, Lobão, Roberto Menescal, Liminha, entre outros. As imagens comunicam rápido, os plots ficam bem claros: o fenômeno dos Mutantes; a saída de Rita Lee; a loucura de Arnaldo, e sua salvação. O próprio pinta um quadro ao longo do documentário, que representa objetivamente os momentos que marcaram sua vida.

Não há espaço para pieguice ou dissimulação. Todos os participantes dão seus pontos de vista com muita sinceridade. As dúvidas são sanadas. Tudo que você não sabia sobre os Mutantes e sobre a persona de Arnaldo Baptista é desvendado. A história (louca) de um grande artista, sem a menor dúvida.

Veja o trailer:

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

...Nothing like the sun


O máximo que a minha memória musical consegue resgatar é o ano de 1987, quando eu tinha 4 para 5 anos. Antes disso, eu lembro de muito pouco. Claro, tinha o primeiro LP da Xuxa, o compacto de 'A View to a Kill', do Duran Duran, que, segundo a minha mãe, eu ouvia compulsivamente.

Mas fora isso, um disco marcou a minha infância. E resolvi falar sobre ele exatamente porque hoje é um dia feliz de sol. Ingrid, uma amiga da minha mãe que mora nos Estados Unidos, trouxe o "novo" CD (é, eu tinha CD player desde 1986, tá?) do Sting, '...Nothing Like The Sun', em janeiro de 88, se não me falha a memória.

Sei que '...Nothing Like The Sun' tocou ininterruptamente durante 1 ano ou mais na minha casa. E o melhor de tudo é que, 20 anos depois, o CD existe e está intacto. Minha mãe é fã de Sting desde sempre, tem todos os discos, DVDs, acompanha. Com ela, assisti ao show de Sting no Rock In Rio III, e sabiamos, é claro, cantar todas as músicas, inclusive as do então-disco-mais-recente, 'Brand New Day'.

Mas voltemos a 'We'll Be Together'. Essa foi a faixa que mais ouvi quando era criança. Não entendia porra nenhuma. Ou melhor, sabia apenas que significava, em português, "vamos ficar juntos" e nada mais. Gostava porque era a faixa mais animada. As outras eram muito densas, introspectivas. Este é o disco que tem 'Fragile', 'Englishman In New York' e um cover de Jimi Hendrix fantástico, 'Litte Wing', entre outras.

Vinte anos se passaram e continua sendo um dos meus discos prediletos. Ele só me traz boas recordações. Da minha mãe, especialmente. Foi ela quem educou, de forma incrível, os meus ouvidos e influenciou o meu gosto musical que, modéstia à parte, é muito rico.

Nada como o sol que brilha lá fora para acalmar o peito agoniado, aquecer o coração e resgatar o sorriso. "We'll be together...tonight!".

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Mecanismos


Sigo escrevendo. Que prazer interminável! E isso significa que sou alguém que (ainda) tem algo a dizer. Ou melhor, alguém que não pára de pensar um segundo sequer. Era nisso que eu estava pensando antes de me sentar em frente à tela.

São lapsos inesgotáveis de memória, preocupações, saudades e dores. E coço a cabeça. Olho para meu mural gigante, com tantas Madonnas de tantas épocas. Cada um carrega uma porção camaleônica dentro de si. Voltei da faculdade e me dei conta de que não sou o mesmo de 2005, quando ingressei lá.

Mantive muitas características, é claro, mas até o jeito de falar mudou. Os cabelos também. Consegui lembrar do primeiro dia de aula. Eu estava usando uma camisa cinza, de um tom bem escuro, quase preto. Era mais magro, bem mais magro, aliás. Naquela época, eu não comia macarrão à carbonara à 1h da manhã, eu acho (risos).

Cozinhava menos também, mas sonhava mais. Idealizava mais. Ainda carregava uma ingenuidade que foi rapidamente corrompida pelos estágios que freqüentei e pessoas pouco iluminadas com as quais cruzei. É engraçado como vamos aprendendo tantos mecanismos de defesa. Lembro sempre da Karla: "são feridas que vão criando casquinhas, chega uma hora que você criou tantas, que acaba protegido".

Realmente, é difícil eu me surpreender com alguma coisa ou alguém hoje em dia. Não preciso de mais de dois dias para sacar uma situação ou um comportamento e visualizar aonde isso vai acabar.

Uma coisa importante: a memória costumava ser melhor também, naquela época. Às vezes, esqueço o que fiz há dois dias atrás. Não deixa de ser um desapego, gosto de encarar assim. Mas o que ficou lá trás é difícil de esquecer.

E são esses pensamentos que, volta e meia, surgem, sem cerimônia. Apenas acontecem e se repetem involuntariamente. Se eu queria voltar no tempo? Acho que não. Meu presente é reflexo do meu passado. Se voltasse no tempo, costruiria outras coisas e teria que lidar com elas agora. Seria como trocar seis por meia dúzia.

domingo, 28 de setembro de 2008

Um Domingo Qualquer

Uma lata de Coca-Cola vazia, o jornal espandongado e o celular morto. Não tive qualquer ânimo para recarregar sua bateria. E para me recarregar? Sinto como se ainda tivesse dois dedinhos de bateria, mas também sei que eles não vão conseguir me guiar até o Estação Vivo Gávea para que eu assisa ao documentário "Eu Sou Porque Nós Somos", produzido por Madonna.

Sair do plantão neste domingo tão cinza para ver de perto toda a pobreza do Malauí, na Africa? As 12 milhões de crianças infectadas pela Aids? Muito triste... Mas, a verdade é que eu não devia ter bebido uma garrafa inteira de vinho ontem. Não é exatamente uma ressaca, não estou com dor de cabeça, por exemplo.

Vivo um transe. Paro, observo a quantidade de janelas que estão abertas na tela do computador. A cada hora, descubro que mais pessoas morreram em ataques de carro-bomba em Bagdá. O que não deixa de ser reconfortante, porque o Rio, com toda a violência, não chega aos pés da capital iraquiana.

E morre tanta gente. Morrem e matam "gratuitamente" naquelas terras. Eu fico pensando que o Iraque vai simplesmente acabar um dia. Mas o meu tédio... não! A dúvida do cinema ainda me tortura. Afinal de contas, ganhei uma credencial para o Festival do Rio e devo utilizá-la. Ainda mais que não vou ter que entrar numa fila para adquirir ingressos tão disputados a tapa.

Agora vi os ladrilhos transparentes de uma das paredes aqui da redação. É natural que sua luz esteja desaparecendo. São 17h31! O domingo já começa a morrer para dar lugar à ânsia de mais uma segunda-feira. Comer ou fumar? Os dois? Ainda não tenho certeza, mas acho que vou dar uma volta por aqui mesmo.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Entre a cadeira e o monitor

Em meio à devastação do furacão "Ike", os bombardeiros russos da Venezuela e a menininha de 4 anos que foi assassinada pelo avô vacilão em Israel, existe vida, sim. Por cima dos escombros que se tornaram as minhas idealizações, sigo debaixo do sol que não me nega energia. Saí com a sensação de que precisava fazer alguma modificação, qualquer uma.
Comecei pela mais simples: depois de meses e meses sentando do lado direito do ônibus, na minha Via Crucis diária, entre Niterói e Rio, decidi me sentar do lado esquerdo do possante. Não foi A MUDANÇA da minha vida, mas despertou percepções. Ainda mais quando começou a tocar o disco "Racional", de Tim Maia, no mp3. "Uh uh uh, que beleza...". rs
...Há sempre aquela tendência de barbarizar mais um pouco os fardos diários. Mas também sei que é preciso manter os pés no chão - o que não é difícil para uma criatura de elemento Terra. Quando descobri que o sol também brilha do outro lado, deixei de dar tanta exclusividade a apenas um dos lados da moeda.
Só estou esperando o maldito inferno astral parar de provocar tantos questionamentos. Queria nascer de novo e logo. Sem esse estranhamento todo. Sabe como? Pois é... Voltei a escrever, Paulo Senna. God bless!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Constatações


Fim.
Não, na verdade é o início. Como eu já sabia de tudo que ia acontecer, fui me preparando. É um processo que utilizo há tanto tempo. Não sei quando foi a primeira vez, mas, desde que aconteceu, é inevitável. Se a previsão é de tempo chuvoso, eu deixo um guarda-chuva por perto. Ou não. Também posso me acostumar com a idéia de ficar todo molhado. Não faz muita difença. O que importa é a intuição. E a minha costuma falhar pouquíssimo. Ainda mais quando descobrimos que, quando é para sempre, sempre acaba. Um dia acaba. E se vai acontecer, é sinal de transformação.
Não consegui derramar uma lágrima. Nada. Ficou um silêncio desconfortável, uma inquietação, e só. Uma só explosão. Eu também sou desses que só explode de vez em quando. O problema é a devastação. Voa merda na cara de todo mundo. Queria explodir aos poucos, guardar menos. Mas e a tolerância. Ela reside no cerne da engolição de sapos. Tolerar significa aturar alguma coisa desagradável. Um exercício de paciência que nem Jó dá conta.
Mas eu não prometi que seria um monge. Tudo bem que posso ter agido como tal muitas vezes, mas isso não é um estágio permanente. Há adrenalina, combustão no processo. E agora? Nada de novo. Nada de especial. Tudo cotidiano, simples, funcional. Sem emoção, surpresas. As constatações são todas previsíveis, óbvias. Acho que mais nada vai me assustar. Nem vivi tanto tempo assim, mas alcancei essa comprensão tão depressa. Talvez porque tenha optado por viver intensamente em curto período de tempo. Já não sou o mesmo do almoço. Imagina aquele de antes... puro movimento.
Vamos ver para onde vai o deslocamento. Será que rola remendo? Ainda há muito o que aprender. Veremos. Saudades do futuro.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Matar ou Morrer? Matar!

Passei por novo processo 'Fênix' na semana passada. Pensei que fosse morrer, mas, não. Apenas uma parte de mim foi enterrada. De tempos em tempos, morremos em alguns aspectos. Quando uma crise se agrava, pensamos que a finitude completa poderá justificar qualquer falência interna, emocional, profissional, ou física.
Acontece que alguns pedaços são tão difíceis de serem arrancados. São coisinhas que vamos carregando e até desenvolvemos algum afeto por elas. Ainda assim, machucam. Não vamos morrer se dermos as costas à elas. O processo é de renascimento, de encontro com a vida. A felicidade.
Visitei o inferno e fui mandado de volta aos céus. Não pertenço ao lugar. Não me reconheço lá. Sei de mim na leveza, no sorriso largo, na gargalhada alta. Aquela angústia tinha que ir embora. E foi. Não precisei morrer por isso. Tive apenas que matar.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Meu Número Favorito

Semana passada, estava no ônibus no coming back to Niterói,quando, de repente, comecei a ouvir uns versos conhecidos... Era a faixa 'Três' (literalmente) do cd novo de Adriana Calcanhotto que Mary Fê copiou para mim. Não me contive, liguei para contar minha costatação e ela, sorridente, disse: "É... eu´já sabia disso. Ainda bem que não te falei, ia estragar a surpresa (risos)". Eu já gostava desses versos desde que ouvi a versão meio 'Gothan Project' que está no cd 'Lá nos Primórdios'[2006], da autora da música, Marina Lima. Diferentemente de sua versão eletrônica, a de Adriana Calcanhotto está mais easy e libertadora no arranjo do disco 'Maré' - todo cheio de referências ao mar, menina dos olhos da cantora. Delícia. E três é meu número da sorte.

TRÊS
(Marina Lima/Antônio Cícero)

Um
Foi grande o meu amor
Não sei o que me deu
Quem inventou fui eu
Fiz de você meu sol
Da noite primordial
E o mundo fora nós
Se resumia a tédio e pó
Quando em você
Tudo se complicou

Dois
Se você quer amar
Não basta um só amor
Não sei como explicar
Um só sempre é demais
Pra seres como nós
Sujeitos a jogar
As fichas todas de uma vez
Sem temer naufragar

Não há lugar pra lamúrias
Essas não caem bem
Não há lugar pra calúnias
Mas por que não nos reinventar?

Três
Eu quero tudo que há
O mundo e seu amor
Não quero ter que optar
Quero poder partir
Quero poder ficar
Poder fantasiar
Sem nexo e em qualquer lugar
Com seu sexo junto ao mar

quinta-feira, 19 de junho de 2008

La Bella Luna


Tantos atritos, ressentimentos e dúvidas têm revestido esta semana da Lua Cheia. Como um astro sem luz própria consegue ampliar e aguçar tanto os sentimentos? Já ouvi dizer que, quando está cheia, a Lua exerce influências poderosas sob o humor das pessoas.
Com isso, ressentimentos adormecidos ressuscitam; a fome e a sede se tornam vorazes; o ímpeto de falar perde qualquer censura. Vivemos uma espécie de apocalipse mental, que nos joga num poço tão obscuro, molhado. As lágrimas estão todas lá, jorrando como nunca. Os excessos tornam-se permitidos por um instante. A sensibilidade é à flor da pele. Calor e frio se misturam ao longo do dia e da noite.
Já não há mais uma linha tênue para apaziguar as situações: é matar ou morrer. Mas, esse fênomeno lunar acontece apenas uma vez por mês. Se fosse todo dia, talvez não houvesse mais nada a se fazer. Ainda há: podemos, com bom humor e tolerância, perceber como somos vulneráveis às forças da natureza.
Esse desespero vai passar. A calma ainda há de retornar para reconfortar a alma e nos salvar. Basta rir para aliviar.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Agora

Tanto tempo longe de você, blog. Quero ao menos lhe falar... (risos).
Na verdade, queria mudar. Chegar com um elemento novo! Não sei se vou conseguir. Ao menos, estou acertando o que está no meio, em trânsito. Essa sensação é positiva. Às vezes, somos tão utópicos com nossos desejos e pensamentos. É uma linha tênue entre ambição e pretensão. Tem que haver um pouco de tudo, mas com compreensão. Toda a alienação que, vez por outra, ou quase sempre, procura por mim, não chega a ser algo preocupante. Lido bem com isso, com bons dribles. A sensação de estar me movimentando num eixo interessante, de forma sincronizada, mesmo com algum delay, me surpreende agora. Pode ter ficado mais fácil. Ou, então, eu quem descompliquei. Adeus às armas e ao rancor, que agora tudo vibra em furta cor.

terça-feira, 27 de maio de 2008

'Como Envelhecer com Dignidade' by Zeca Camargo

Dei uma passada no blog do Zeca Camargo ontem e encontrei este texto sobre Madonna e REM, dois artistas que eu adoro e que estão completando 25 anos de carreira. Para ler a parte que o Zeca fala sobre o REM, entre outras coisas, basta acessar um poderoso link abaixo deste texto.


"...Então vamos à tal cantora e à tal banda que estão comemorando 25 anos de carreira com novos trabalhos, e que provam que é possível sim, pelo menos no pop, envelhecer com dignidade. A cantora - “dã!” - é Madonna. Pelo próprio barulho que ela própria fez nas últimas semanas com seu “Hard candy”, ficou fácil de descobrir. Mesmo imaginando que, com uma carreira de um quarto de século (adoro colocar dessa maneira… parece tão mais tempo do que “25 anos”…), ela tenha fãs que nem eram nascidos quando do lançamento do seu primeiro disco, qualquer busca por “Madonna discografia” revela que sua estréia foi em 1983. Nessa época, óbvio, eu era não apenas nascido, como já tinha acumulado malícia o suficiente para entender o que a cantora queria dizer com “Everybody, c’mon and do your thing”, no seu primeiro sucesso.
Oficialmente, “Everybody” é de 1982. Hoje um “hit” esquecido, fica talvez difícil, para as novas gerações, entender o quão poderosa essa música era na pista de dança. Não só poderosa, mas diferente - de uma minimalismo que só seria superado anos depois com a inigualável parceria entre Missy Elliot e Timbaland. “Everybody” teria sido, porém, só uma novidade passageira, se logo em seguida não viessem outros sucessos que são, até hoje, clássicos: “Holiday” e “Borderline”. Na “febre Madonna” que tomou conta de todas as FMs da época, era sempre possível ouvir essas três faixas se revezando com outras do mesmo álbum de estréia - “Lucky star”, “Burning up”, “Physical attraction”-, de maneira que, mesmo antes de ela lançar “Like a virgin”, em 1984, Madonna já tinha sua reputação consolidada.
Por falar em “Like a virgin”… Não, não se preocupe: não vou fazer uma “discografia comentada” da cantora - algo que exigiria um fôlego do qual nem eu nem você podemos dispor agora. Aqui e ali neste blog, já pincelei momentos em que “nossa vida” se cruzou (basta digitar o nome dela no espaço “busque neste blog”, aqui à direita, para conferir) - e, para os mais interessado, no meu livro “De a-ha a U2″ descrevo em detalhes como foi meu único encontro cara a cara com ela. Nesses 25 anos, posso dizer que acompanhei Madonna com devoção suficiente para não deixar dúvidas o quanto a admiro - e, por isso mesmo, tenho fortes opiniões sobre cada um de seus álbuns e “singles”. Mas vamos pular essas duas décadas e meia para falar de “Hard candy”, seu genial - ainda que ligeiramente confuso - trabalho mais recente.
Você provavelmente ficou um pouco incomodado com o “ligeiramente confuso” do parágrafo anterior. Explico: ouvi “Hard candy” mais de uma vez, e não exatamente pelo prazer que as faixas me ofereciam. Elas são ótimas, em sua maioria, e oferecem sim aquela já esperada recompensa com a qual Madonna já acostumou seus fãs. O que me empurrou para as audições repetidas foi mais uma vontade de tentar entender para onde as músicas estavam apontando - quais eram as saídas para o pop que ela propunha dessa vez. Afinal, ela sempre vem com suas “descobertas musicais”, como se, a cada álbum, ela pescasse um produtor de vanguarda e proclamasse: “É por aqui!”. Só que, dessa vez, como descobri depois de me debruçar sobre “Hard candy”, Madonna está apontando “para trás”!
E essa é a “ligeira confusão” que ela propõe. Começando com “Candy shop” (a primeira faixa, que é, para mim, uma das melhores) ou com a seguinte, “4 minutes” (que é a faixa de trabalho), as pistas musicais são desorientadoras. “4 minutes” especialmente, já que a presença de Justin Timberlake (o chamado Michael Jackson do século 21) remete a um “rhythm & blues” “circa” 2000/2002, que não é exatamente moderno - sem falar que a introdução da música é, incomodamente, a parte mais interessante dela. Vindo logo depois de “Candy store”, que insinua novidades, “4 minutes” funciona como um agradável anestésico, que te coloca apto - ou apta - a aceitar o que vem pela frente.
Na faixa seguinte, “Give it to me”, tive a certeza de que Madonna queria olhar para o passado, mas não de maneira óbvia. Por exemplo, um pouco mais adiante, em “Miles away”, o convite para adivinhar à qual fase da sua própria carreira ela se refere - não fosse tão divertido se perder nesse labirinto auto-referente. Entre essas duas faixas, a música mais sensual de todo o disco, “Heartbeat”- e quando digo “sensual”, não estou evocando a Madonna de “Erotica”, mas aquela de “Ray of light”, que sabe que o erotismo não necessariamente está na palavra, mas sim no ritmo… E ainda tem “She’s not me” - talvez o “saco de referências” mais completo de todos deste álbum (se não me engano, tem até aquelas cordas de “Kiss”, do Prince, na mistura).
Na segunda metade do CD (sou velho - já frisei bem aqui! - e tenho esse estranho hábito de escutar um disco do começo ao fim), Madonna recorre a velhas fórmulas, em nuances menos ousadas. Com exceção de “Incredible” (que me parece realmente original), ela oferece baladas (”Devil wouldn’t know it”), ritmos latinos camuflados (”Spanish lesson”), uma canção para cantarolar junto com seu iPod (ela era boa nisso mesmo antes dessa geringonça existir - vide “La isla bonita”), e até um típico “filler” - faixa que não acrescenta nada, mas está lá para “encorpar” o disco -, em “Dance 2 night”.
Porém, ressaltando a parte mais interessante do CD, é curioso notar que, mesmo com essa enxurrada de referências “retrô”, “Hard candy” oferece uma sensação de frescor mais genuína do que a maioria das debutantes do pop dos últimos cinco anos (você sabe quem são…). Como disse o sempre instigante Jon Pareles recentemente no “New York Times”, Madonna está de volta para “revitalizar a marca”. Mas, para aproveitar seu novo trabalho, não fique procurando referências como esse fã teimoso - que quase perdeu a chance de gostar de “Hard candy” pelo simples fato de ele ser um ótimo disco..."


http://colunas.g1.com.br/zecacamargo/

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Hoje?

Semana estranha começando. O que parece fora de lugar, na verdade, não está totalmente. Mas faltam ajustes, sim. Às vezes penso que do jeito que está pode ser bom. Mas é uma ilusão. O dia em que ajustes não serão bem vindos ainda está meio longe de chegar. Ainda mais com esse cotidiano cretino tão (des)necessário. Só não podemos evitar o sonho. A resposta vem com ele.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Álcool

É tanto no sangue!
Alivia as tensões.
Vem como gangue
E traz sensações.
Todas que se quiser,
Além do que puder.
Para derrubar
Ou anestesiar
A alma de quem quer
Fugir ou se divertir,
Afundar
Ou sucumbir
Amar
Ou agredir!
É aquilo que guardou
Sem perceber.
Uma dor que ecoou
Mas não desapareceu.
Apenas estourou
Caiu
E se recolheu

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Durante

Tantos dias sem escrever. Tanta falta de tempo para aparecer. Mas foi movimentado. Esses olhos e ouvidos que a tudo observam foram bem servidos ao menos. Estréia de Caetano no Vivo Rio, Deborah Evelyn no 'Jardim das Cerejeiras' de Tchékhov. Acertos e erros. Quanta coisa eu vivi, e bem. Não me desesperei, não fui consumido pela angústia. Permaneci lúcido e sereno boa parte do tempo. Engraçado dizer isso. Quando penso em como costumava ser antes, percebo o quanto mudei. A ansiedade de dizer certas coisas praticamente desapareceu. Não sou voraz no momento de dar alguma opinião ou contar qualquer coisa. E me dou conta disso, o que é melhor. Tive alguns arrepios. Foi a interpretação tão visceral de Caetano nas músicas 'Não Me Arrependo', 'Minha Flor, Meu Bebê' (essa, de Cazuza) e 'Nosso Estranho Amor'. Bonita a participação de Jorge Mautner em 'Eu Não Peço Desculpa', com violino e tudo. A interpretação cuidadosa e sincera de Deborah Evelyn salvou o 'Jardim das Cerejeiras'. A arte é uma coisa que eleva o espírito nessa vida cheia de som e fúria.


quarta-feira, 7 de maio de 2008

Depois da Banda

De volta à rotina, aos compromissos, à notícia. Depois de seis dias offline, tudo parece novo, embora tenha sabor de dejá vu. O corpo tá cansado, as dores marcam presença em algumas partes. O que seria do corpo sem alguma dores, não é mesmo? Cada uma representa um spot que eu carreguei, uma peça do praticável, alguns cabos, malas. A certeza é só uma: o sonho virou realidade. Não sem apresentar percalços, dificuldades. Na verdade, foi tudo muito mágico para mim. O cinema tem essa característica. Estar vivendo em contato com ele eleva a existência de qualquer ser-humano. Seja a minha, a de Dona Detinha - a velhinha que gentilmente cedeu a casa para a filmagem -, ou da cidade de Paracambi, hoje cenário de um curta-metragem. A banda passou e, como na música de Chico Buarque, transformou tudo à sua volta e depois nos devolveu a mesma realidade de antes. Só que com uma nova percepção. Se a vida continua a mesma no trabalho, em casa, ou em qualquer lugar, dentro de cada um aconteceu uma mudança. Foi positivo. Essa é uma compreensão que já guardo em mim. Um projeto tão antigo, tão idealizado, aconteceu. Esparamos tanto por esse dia. Leila esperou por ele, sobretudo. Agora, está registrado na película. Quando eu estava vivendo o despespero na quarta-feira da semana passada, tocou 'Bete Balanço' no rádio do furgão do Geraldo. O verso? "Quem tem um sonho não dança", por Cazuza. A partir dali, tudo ficou clarividente.


sábado, 26 de abril de 2008

Caveirão

Muitos desfilaram seus esqueletos
Carne podre e ossos
Exibiam a precariedade da existência
Espetacularização da morte
Contingência da vida.

Por Fernando Scarpa

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Positividade

Há uma semana do sonho acontecer, só me permito a pensar em coisas positivas. Mesmo com toda a pressão, as dificuldades, angústias, não desisto. Afasto de mim esse cálice de neurose e desespero e me acalmo no íntimo da madrugada. Mentalizo, sinto, entendo. E nesse processo tantas vezes tortuoso, consigo encontrar alívio e forças para seguir e continuar sonhando e realizando tantas outras coisas. O que tem me distraído é a música 'Miles Away', do brand new 'Hard Candy', disco de Madonna que será lançado oficialmente dia 28. By the way... sabia que vida fica mais bonita com lentes Ray Ban?

'Miles Away'

I just woke up from a fuzzy dream
You never would believe those things that I had seen
I looked in the mirror and I saw your face
You looked right through me, you were miles away

All my dreams they fade away
I'll never be the same
If you could see me the way you see yourself
I can't pretend to be someone else

You always love me more, miles away
I hear it in your voice, we're miles away
You're not afraid to tell me, miles away
I guess we're at our best when we're miles away

So far away
So far away
So far away
So far away
So far away
So far away

When no one's around then I have you here
I begin to see the picture, it becomes so clear
You always have the biggest heart,
When we're six thousand miles apart

You always love me more, miles away
I hear it in your voice, we're miles away
You're not afraid to tell me, miles away
I guess we're at our best when we're miles away

So far away
So far away
So far away
So far away
So far away
So far away...

(Madonna/ Justin Timberlake)




Minha review do disco em: http://www.revistaparadoxo.com

domingo, 13 de abril de 2008

A Morte dos Laticínios

Eu pensei que o susto tinha passado. Estava para escrever desde quarta-feira, mas ainda não tinha encontrado a hora certa. E talvez nem escrevesse mais sobre isso. Mas, um novo acidente de carro me motivou. Percebi a morte tão perto esses dias. Rondando mesmo. Ela, que é o avesso da vida, possui o relógio mais preciso que há. Não tem pilha que descarregue, mas, às vezes, algum artíficio é capaz de atrasá-lo (pelo menos um pouco) ou adiantá-lo. Força divina? Tem o toque, sim. Outros, preferem acreditar que as pessoas já nascem com o prazo de validade. Como se fosse aquele carimbo que vem no fundo de um copo de requeijão. Uma vez morto, o ser-humano torna-se apenas um objeto, um corpo. E fede. Exala quase o mesmo odor de um requeijão vencido. Azedo. E deixa tristeza. Se não é a do guloso pelo copo de requeijão, é a da família e dos amigos pela perda do ente tão querido. Não faz mais diferença: quem fica é quem sente. E só.

segunda-feira, 31 de março de 2008

Dreams Come True

Quando eu volto no tempo e consigo me lembrar das coisas que um dia sonhei, não sinto vontade de voltar àquela época. Os sonhos aconteceram. A vida seguiu o rumo e, para minha felicidade, mesmo com tantos atalhos, desvios, perdas, consegui realizar muitos deles.
Lembro de quando via TV antes de ir para a escola. Normalmente, o finalzinho do 'Xou da Xuxa'. Eu nunca nunca nunca fui de acordar cedo. Detesto até hoje, embora seja inevitável algumas vezes. Sempre assisti muita TV. Hoje em dia nem um décimo do que assistia naqueles anos (87, 88, 89... 2000). Foram quase 15 anos de muitas novelas, programas infantis, sessões da tarde, Jô, Chico Anysio, Hebe, Bozo, Sílvio Santos... até Sérgio Malandro. E, com isso, a minha vontade de um dia ter o meu próprio programa de TV. Era o sonho de criança. Sempre foi, embora tenham surgido outros sonhos.
Quando eu menos imaginei, ele se realizou. Não sem antes um outro acontecer: atuar e estar em cima de um palco. Esse sonho veio depois do sonho do programa de TV, e se concretizou primeiro. As coisas têm sempre uma razão de ser. Palco realizado, foi ele que viabilizou e me ajudou a apresentar os programas 'Janela Indiscreta' e 'Ultra POP', no canal a cabo 36, NET (Niterói/ São Gonçalo), com o empurrãozão da minha mãe e de Luiz Antonio Mello, facilitador. O primeiro programa, muito mais especial, era sobre o mundo do cinema, como o título já entrega. Nele, eu pude produzir especiais, mostrar, através de tantas imagens, padrões de vida, situações cotidianas, fantasia. Tudo aquilo que só a sétima arte é capaz de oferecer.
A música veio depois, com o segundo programa. Bandas, artistas, tudo que eu sempre ouvi a vida inteira ganhou vida (em formato MTV). Acabei realizando um mesmo sonho de duas formas. E tanto o cinema quanto a música renderam outros tantos. Um deles eu achei que jamais fosse realizar: cantar. Sempre fui desafinado, nunca gostei muito da minha voz. Mas, aconteceu também. Numa noite louca, véspera de uma viagem, me empolguei depois de duas caipirinhas e subi no palco (essa sensação é sempre indescritível e mágica) do Cinemathéque, e fui cantar 'Rebel Rebel', com a benção de seu autor, o camaleão David Bowie. Érika Martins, por total acaso, virou madrinha do acontecimento. Ela estava com o 'Chuveiro in Concert', grande karaokê ao vivo. Eu não desafinei. Lembro de pouca coisa. Sei que desci do palco e as pessoas me aplaudiram muito e vieram falar comigo. Eu só conseguia dizer que não sabia o que tinha acontecido. E duvidei de todos aqueles elogios. Mas parece que foram reais, pois fui convidado para uma outra ocasião: show de abertura do Lobão, no Morro da Urca. No segundo palco, outro 'Chuveiro in Concert' estava programado. Com muito medo de errar, cantei a mesma 'Rebel Rebel'. A essa altura, o sonho tinha virado realidade. Nunca tive ambição de nada maior. Eu apenas queria poder cantar uma música um dia.
E agora me resta o cinema. A fábrica de todos os sonhos vai me dar um outro prazer. E a pessoa responsável por isso não poderia ser mais amada: Leila Barreto. Por causa da constatação de todos esses sonhos e tantos outros, também não posso deixar de dizer que um dia uma entidade espiritual me disse que meu destino estava atrelado à comunicação. Não é à toa que trabalho em jornal, hoje em dia (a culpa é de Karla Rondom Prado), depois de passar por TV. E também não é à toa que realizei um outro sonho: o de ter o meu telefone, a minha mesa, o meu computador, no trabalho. Tudo meu, com as minhas fotos. Não podemos esquecer dos pequeninos, porque são cotidianos. Acontecem apenas. É involuntário. Mas, o melhor está por vir. Sempre está por vir. Não sou saudosista. Só tenho saudades do futuro.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Uma Revolução?

Os pensamentos psicóticos não param de aflorar durante a tarde. Quando será que vão parar de atordoar? Normalmente, são as pessoas que provocam esse tipo de confusão. Mas, desta vez, é evidente o problema interno. Nao há culpas. Ninguém ganhou esse título. O de elemento externo torturador e entregador de angústias. Vem de dentro. Essa agonia. Agonia de quê?
Dúvida. Cansaço. Preguiça. Sentimentos tão comuns, ordinários. Ansiedade pelo que vem. Uma mudança radical se apresenta. Talvez seja o ano novo astrológico. Ou a erupção de um vulcão adormecido. Que exploda de uma vez.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Sorte

Quando tudo indica que o dia vai ser complicado e as obrigações começam a bater incessantemente à sua porta, o elemento sorte surge (nem sempre, mas quando acontece, é ótimo) e faz tudo funcionar com leveza. Aquela leveza do post de baixo. Lembram? Aquela que é sustentável e tão necessária (para mim). Às vezes, surge uma dúvida, uma angústia na minha cabeça: por que meus temas se repetem tanto? Tudo que eu escrevo é resultado de uma comparação entre a leveza e a dureza da vida. Ora leve, ora pesada, essa vida tão ridícula é alvo de posts queixosos às segundas, e divertidos às quintas. Para mim, são dias-da-semana-divisores-de-águas. Eles compreendem as zonas de humor. E as minhas risadas tão peculiares, tão perseguidas e, ainda assim divertidas, continuam servindo de base para mascarar todo o sofrimento que eu posso vir a ter. Mas com a sorte é diferente. Normalmente provida de boa índole, é muito difícil causar transtorno. O único sentimento maligno que a sorte pode causar é aquele que todo mundo costuma negar a existência: I-N-V-E-J-A. Uma palavra estranha, com três vogais, três consoantes, e um alvo preciso: V-O-C-Ê. Mas a minha sorte de hoje é ter a sorte de ninguém saber que hoje eu tive sorte. Enquanto pensava que tudo seria dificil, impossível, chato e improvável, alguns sinais surgiram e aceitei-os sem pestanejar. Fui contrariado com louvor. Mas, não podemos contar vitória antes do fim da batalha. Essa semana (ainda) conta com outros cinco dias.

segunda-feira, 17 de março de 2008

A Sustentável Leveza do Ser

O fim da chuva e do plantão do fim de semana me trouxeram um bem-estar inacreditável em plena segunda-feira. Estranhamente (ou seria, naturalmente) tudo encontrou forma (simples). Eu tinha certo receio em começar tudo de novo. Ou melhor, continuar. Agora, a maratona só termina sexta-feira. Mas sei que sobrevivi. Quando conversei com Tuca hoje à tarde, descobri que havia um rastro de felicidade. Não só a dela, tão plena. Eu, com todas as minhas dúvidas, angústias e preguiças, estava feliz. Fiquei leve. Acho que é o estado de espírito que mais me apetece ultimamente. Já não busco tantos outros sentidos, só não dispenso a leveza. E quando isso acontece involuntariamente é ainda mais interessante, porque significa que eu, com toda a maluquice que carrego, arrumei uma forma, ainda que precária, de organizar os meus sentimentos. De viver de acordo com o que acredito e acho certo. Pronto, e não mais danificado, sigo em frente, falando até em polonês.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Ja mieszkac w tym domu

Encantado com as barreiras da linguagem que são rompidas pelo ser-humano. Independentemente dos idiomas, há coisas que ninguém sabe explicar. Larisa, minha amiga da Polônia, chegou terça-feira. Animadíssima, ela ainda está extasiada com as belezas do Rio e de Niterói, principalmente. Estuda espanhol na faculdade e também faz aulas extras de português. Aprende tudo com muita facilidade, é alegre e fala inglês como poucos. É nessa língua que estamos nos comunicando. Embora ela tenha todo esse leque poliglota de opções, Marlene, que trabalha na minha casa há anos, não teve a mesma oportunidade. Perto de completar 60 anos, ela até hoje não sabe ler, nem escrever. Muito menos falar em inglês. Mas, compreendendo a situação e percebendo que temos uma adorável hóspede em casa, ela consegue se comunicar, ser educada e gentil, o que pouquíssimas pessoas, hoje em dia, sabem ser. E nessas horas, todas as palavras se tornam tão inúteis. Apenas os gestos, o sorriso, o afeto, importam.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Blues da Piedade

A segunda-feira acabou de começar. Cheguei do dentista. Tinha uma consulta marcada - ou melhor, trocada - para hoje. Também começo a me preparar para a nova turnê. Se fossem 12 shows, a voz seria uma preocupação. Mas, no meu caso, a voz, embora necessária, não é o mais importante, ainda que ninguém consiga me calar. Eu vou conseguir trabalhar, mas acho que não vou desistir de reclamar. A irritação já começa quando penso nas pessoas que estão desgraçando suas vidas por qualquer ninharia afetiva.
"Don't go for second...", canta Madonna em 'Express Yourself'. Na música, ela fala sobre a precariedade afetiva e faz um apelo ao bom senso, pregando que não devemos nos contentar com migalhas e sim com alguém que tenha estrutura para nos colocar no alto, o que deveria ser sempre um princípio básico. Ou não? Ainda mais quando a história se repete mais de uma vez.
"Já conheço os passos dessa estrada, sei que não vai dar em nada...", de Chico Buarque e Tom. Quanta sabedoria! Mas na prática, só idiotice. O sintoma não cansa de se deslocar, roubar situações, regredir, enganar. E como numa velha arapuca, passa uma rasteira naqueles que tem uma alma fragilizada, danificada por pequenos traumas.
Não estou falando de mim, exatamente.
Falo sobre tudo que observo. Esses olhos ordinários enxergam demais, compreendem demais. Mais até do que deveriam. E aí, penso na ignorância. Na facilidade que ela proporciona. No equívoco tão estúpido, fácil. Quando temos placas em linha reta ao lado dos olhos, vemos por uma mesma direção tão precisa, única, que eu, sinceramente, não consigo suportar. É alguma coisa que me corrói. E aflito, não consigo me calar.
Não consigo deixar de expressar o meu desgosto com a cegueira. Ela já me pegou uma vez. Mas me desvencilhei. Sim, voltei a enxergar. Recobrei os sentidos. E agora estou pronto não só para detectar tudo o que acontece comigo, quanto para denunciar aquilo que não presta. E assim sigo matando por aí a mesquinharia humana tão desgraçada e sovina.

"Agora eu vou cantar pros miseráveis
Que vagam pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantadas
Que já nascem com cara de abortadas

Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm

Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas minicertezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia

Pra quem não sabe amar
Fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada

Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde..." (Cazuza/ Frejat)

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Preguiça

Aqui. Com sono às 16h54. Tempo? Aproximadamente 12 dias trabalhando direto, incluindo o plantão (do último fim de semana) texto da Paradoxo, momento 'Queridos Amigos' (ontem), algumas latas de cerveja, champagne, vinho... Ufa! Não foi apenas uma semana, foi como uma semana maior. Nesses casos, eu costumo dizer que "não faz diferença se hoje é segunda ou sábado ou quinta-feira porque, a partir do momento que a semana maldita começa, são muitos dias juntos e, como não há um intervalo, a noção de tempo, espaço ou fim de semana é inexistente".
Mas, o ciclo termina hoje. Amanhã é sábado, hoje é sexta-feira (valendo), tudo volta a fazer sentido, certo? Certo, não. Deveria estar, ao menos. Ao menos? É, a cabeça está funcionando bem (ainda). Não pifei, nem deprimi, transcendi apenas. Passei por tudo isso e agora vou poder descansar. Será?
Aí, quando chega o dia, eu não quero mais descansar. Descansar também significa deixar de fazer coisas que eu gosto e que também me esgotam.
Antes que o dia termine, preciso ligar para a Regiane Alves. É. O Oswaldo Louzada morreu e preciso de "aspas" dela para a nota de obituário. Ou dela, ou do Marcos Caruso. Eles podem deixar o celular desligado, eu não. Outra questão de tempo, devo dizer.
Hum... a que será que se destina este fim de semana?

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Tropa de Elite

O polêmico 'Tropa de Elite', de José Padilha, consagrou-se como o grande vencedor do Festival de Berlim 2008, exatamente 10 anos após Walter Salles Jr ter levado o prêmio com o elogiado 'Central do Brasil'. Comprovando que "a nossa carnificina vende bem lá fora" - como argumenta a cineasta Leila Barreto -, 'Tropa' apresenta, de forma clarividente, o mundo cão das favelas do Rio de Janeiro e a ação do Bope, realidade muito distante para o júri do hemisfério norte.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Rumo?

E, então, chegamos ao ponto da questão: should I stay or should I go?
Mas... ficar aonde? Aqui?! Ir pra onde? Lá? Lá, aonde?
Mudar!
Mudar?
Mudar...
Mudança não significa ruptura integral, necessariamente. Todo dia rompemos com um pedaço, um lapso de memória, uma mania. Às vezes, cortar tudo também se faz preciso. Mas não quero tempestade, nem chuva ácida, quero saída para qualquer parte. Antes de mais nada, preciso (re)descobrir o ponto onde quero estar. Vislumbrar direitinho e garantir a pontaria. Sem erros, desvios, ou atalhos no caminho. Não desta vez.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Mas é Carnaval

Hora de emoldurar o sorriso no rosto
Esquecer todo o estorvo que foi a semana passada

Com ou sem fantasia
Alegria não vai faltar
Nem para mim
Nem para você

Envolvidos pela serpentina
Seremos felizes com o aval
Que só o início do carvaval
Pode nos trazer

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

EMMY




Para os desavisados, EMMY foi a segunda banda da qual Madonna participou antes de gravar seu primeiro disco solo - MADONNA -, em 1983. Mistura de Pretenders com Blondie e pitadas de Bowie e Police, a banda deixou alguns registros em K7, que vazaram pela internet no começo desta década. Algumas gravações são precárias, outras nem tanto, mas, ainda assim, é muito interessante ouvi-las e imaginar o outro caminho que a rainha do pop poderia ter seguido, se continuasse... on the rocks.


Falo sobre tudo isso e Mary Fê na minha colunna do site Madonna Online:


quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Deterioração Climática

Na semana mais fria do verão
As pessoas morrem sem tesão
Na amplitude da mudança climática
As crianças não aturam matemática

Os velhos esquecem o futuro
Grampeiam lucidez no muro
Não obedecem mais
Perderam a vontade

E nós, como estamos?
Será que já afogamos?
As raspas, os restos
Afetivos destruídos?

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Por uma vida menos pesada

Eu gostaria de fazer um adendo neste momento.
Semana passada fiz uma visita ao blog de Tuny Tuney, o incrível 'Saco da Gambá', e fiquei impressionado: a página dela estava demorando muito a carregar. E, com isso, não demorou nada para que o meu faro canino compreendesse que havia um rastro de gordura por lá. Não sei se resquícios de leite condensado, ou, quem sabe, uma panelinha suja de brigadeiro. Uma coisa eu sabia: ali havia banha. Não era à toa que a página estava pesada, com problemas. Assim que o primeiro (na verdade, último) post de Tuny se configurou na minha frente, com sua bela foto, saquei que uma certa inveja suína estava rondando o lugar. Fiquei preocupado, é verdade. E diante de meus olhos, o quadro da obesidade mórbida estava fincado em forma de Carmem Lúcia. Sim, oriunda do longínquo estado do Acre, a S.G. (sujeita gorda) estava engordando os comentários do blog com equívocos provenientes de uma fase oral mal resolvida. A fixação da cidadã com a boca. Sua incrível voracidade verborrágica é que estava pesando a página. E eu pensei: "-Mas por quê será que a gordinha está tão enfezada?". Ela devia, obviamente, estar com as tripas cheias de cocô, razão de tanto mau humor. Aquela barrigona afrontada, a blusinha de botões sorridentes e, obviamente, isso não pode fazer bem a ninguém. Reparei que Tuny já havia alertado que fora gorda um dia. Foi um depoimento sincero, ela tinha aval para falar sobre o assunto. Acima de tudo, conhecimento de causa. E foi vilipendiada gratuitamente. Por isso, eu quis, através deste blog filosófico e semi-pretencioso, dar o meu apoio. Eu também já fui um sujeito gordo. Alguém pode mesmo achar interessante ser gordo? Não. Mas isso não significa que estejamos sendo preconceituosos. Não, não é nada disso. Apenas queremos ajudar um(a) amigo(a) a deixar esse estado vigente e pesado para adiquirir a leveza tão necessária, fácil. Como diria Garfield, "não se pode ser feliz e gordo ao mesmo tempo". Aos interessados, visitem:
http://sacodagamba.zip.net/
Tuny, a gente tá junto nessa luta.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Terra?!

No meu processo evolutivo-diário tem horas que a loucura me invade. Não sei se é loucura, às vezes, parece-me excesso de lucidez. Por que a minha observação ficou tão aguçada? Como descobri esse caminho?Tudo é analisado involuntariamente. Acontece. Já não consigo evitar. Os meus pensamentos vão se encaixando à medida que compreendo as necessidades alheias. E as minhas? Elas estão dentro deste liquidificador. A terra não me libera. Estou fincado numa raiz tão antiga, tão resistente. Gostaria de poder voar, não muito alto, mas um pouco. Sabe como?

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

3

Já parou para reparar que tudo o que acontece pela terceira vez é melhor?
Digamos que a terceira vez é um divisor de águas. É. Você faz uma coisa boa e é ótimo da primeira vez. A segunda, com a dúvida, é sempre crua. Mas a terceira, ah a terceira, equilibra o resto e faz toda a diferença. A merda é que se não passarmos pela segunda, não chegamos à terceira. Entendeu?

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Destino

A cada dia que passa, eu fico mais impressionado, bestificado, com o destino. "O universo segue o rumo que todos nós escolhemos". O verso de Rita Lee e Paulo Coelho da música 'O Toque' é absurdamente certeiro. Além daquela força que nos eleva e cuida do funcionamento da matéria, há o desejo subjetivo. Cada um tem o seu e a escolha de passar por esta rua ao invés daquela pode representar um novo acontecimento. Hoje aconteceu. Eu estava indo até a faculdade para resolver questões de documentação e peguei um atalho. Não deu certo. Esse atalho me jogou em outra rua e, com isso, encontrei pessoas queridas que eu não via há tanto tempo. Se o atalho desse certo, eu dificilmente teria me encontrado com elas. A escolha do atalho foi minha, mas o desvio... só Deus pode explicar, né mesmo?
Let it will be...

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

O Começo


A primeira postagem do ano levou uns dez dias para sair. Estranhamente, embarquei num processo de inferno astral posterior ao ano novo. Mas não vou me enganar, reconheço a intensidade das coisas que produzo na minha vida. Desembarquei em 2008 com muitos pensamentos. No exato momento da virada pude assistir à explosão do meu histórico do ano passado junto com os fogos de Copacabana. Ali, eu já estava livre outra vez e pronto para recomeçar. Mas essa liberdade mexe com tantos fatores, não é mesmo? Tinha acabado de receber a minha segunda chance. Bem, é nela que estou agarrado.
Passado o sentimento de estranhamento no mundo, a vida, enfim, volta a seguir o caminho adequado. Hoje, comecei a escrever para o site Revista Paradoxo, cobrindo a seção de cinema que, há alguns anos, já me acompanha, de qualquer maneira. Aceitando o karma cinematográfico sem pestanejar, já está no ar a minha crítica para o filme "Mulheres Sexo Verdades Mentiras", que estréia amanhã nos cinemas. Se você se interessou, corre lá: http://www.revistaparadoxo.com/materia.php?ido=5185