"Enquanto houver champanhe há esperança" (Zózimo)
Minha foto
Rio de Janeiro, Brazil
Sem uma verdade-conclusão, sigo escrevendo com paixão sobre tudo que absorve essa existência do cão.

domingo, 28 de setembro de 2008

Um Domingo Qualquer

Uma lata de Coca-Cola vazia, o jornal espandongado e o celular morto. Não tive qualquer ânimo para recarregar sua bateria. E para me recarregar? Sinto como se ainda tivesse dois dedinhos de bateria, mas também sei que eles não vão conseguir me guiar até o Estação Vivo Gávea para que eu assisa ao documentário "Eu Sou Porque Nós Somos", produzido por Madonna.

Sair do plantão neste domingo tão cinza para ver de perto toda a pobreza do Malauí, na Africa? As 12 milhões de crianças infectadas pela Aids? Muito triste... Mas, a verdade é que eu não devia ter bebido uma garrafa inteira de vinho ontem. Não é exatamente uma ressaca, não estou com dor de cabeça, por exemplo.

Vivo um transe. Paro, observo a quantidade de janelas que estão abertas na tela do computador. A cada hora, descubro que mais pessoas morreram em ataques de carro-bomba em Bagdá. O que não deixa de ser reconfortante, porque o Rio, com toda a violência, não chega aos pés da capital iraquiana.

E morre tanta gente. Morrem e matam "gratuitamente" naquelas terras. Eu fico pensando que o Iraque vai simplesmente acabar um dia. Mas o meu tédio... não! A dúvida do cinema ainda me tortura. Afinal de contas, ganhei uma credencial para o Festival do Rio e devo utilizá-la. Ainda mais que não vou ter que entrar numa fila para adquirir ingressos tão disputados a tapa.

Agora vi os ladrilhos transparentes de uma das paredes aqui da redação. É natural que sua luz esteja desaparecendo. São 17h31! O domingo já começa a morrer para dar lugar à ânsia de mais uma segunda-feira. Comer ou fumar? Os dois? Ainda não tenho certeza, mas acho que vou dar uma volta por aqui mesmo.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Entre a cadeira e o monitor

Em meio à devastação do furacão "Ike", os bombardeiros russos da Venezuela e a menininha de 4 anos que foi assassinada pelo avô vacilão em Israel, existe vida, sim. Por cima dos escombros que se tornaram as minhas idealizações, sigo debaixo do sol que não me nega energia. Saí com a sensação de que precisava fazer alguma modificação, qualquer uma.
Comecei pela mais simples: depois de meses e meses sentando do lado direito do ônibus, na minha Via Crucis diária, entre Niterói e Rio, decidi me sentar do lado esquerdo do possante. Não foi A MUDANÇA da minha vida, mas despertou percepções. Ainda mais quando começou a tocar o disco "Racional", de Tim Maia, no mp3. "Uh uh uh, que beleza...". rs
...Há sempre aquela tendência de barbarizar mais um pouco os fardos diários. Mas também sei que é preciso manter os pés no chão - o que não é difícil para uma criatura de elemento Terra. Quando descobri que o sol também brilha do outro lado, deixei de dar tanta exclusividade a apenas um dos lados da moeda.
Só estou esperando o maldito inferno astral parar de provocar tantos questionamentos. Queria nascer de novo e logo. Sem esse estranhamento todo. Sabe como? Pois é... Voltei a escrever, Paulo Senna. God bless!