"Enquanto houver champanhe há esperança" (Zózimo)
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Sem uma verdade-conclusão, sigo escrevendo com paixão sobre tudo que absorve essa existência do cão.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Um devaneio

Na Faixa de Gaza dos meus sentimentos
Não sobra mais ódio nem bombardeio
Com o passar dos meus arrependimentos
Vou apagando tudo aquilo que odeio

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Mellon Collie And The Infinite Sadness


Um dia tão Smashing Pumpkins. Na verdade, só pelo título do disco mais célebre da banda. O prêmio tristeza é de Ian Curtis, do Joy Division. Eu ainda não sei muito bem, mas tudo me conduziu ao cinema hoje. Fui assistir a Control (com muito atraso, devo dizer) no velho Cine Arte UFF esta tarde.

Fazia tanto calor e os ônibus estavam tão cheios às 18h30 que só mesmo um cinema podia organizar as emoções e me livrar do calorão pós-chuva tão atordoador. Já sabia que Control estava passando neste cinema, só não sabia que o horário casaria tão perfeitamente com o acaso.

Saí puto da sessão. E não consegui me lembrar de outro filme que tivesse me deixado puto, o que não significa que o filme seja ruim, muito pelo contrário. Uma irritação já vinha me consumindo desde que Ian começou a cornear a mulher que ele roubou do amigo e inventou de ter um filho com ela. Tudo muito gratuito e de bobeira na vida do ex-vocalista do Joy Division.

Neste momento lembrei da minha teoria sobre pessoas cuja genialidade esconde uma tremenda precariedade no campo emocional. Talvez eu ou você que está acompanhando este texto soframos disso. Pelo menos eu não tenho epilepsia, graças a Deus. Nem roubei ninguém de alguém e sugeri que tivéssemos um filho para depois, no meio da rua, de manhã cedo, dizer que não amo mais.

Aliás, eu falo demais. Ele não dizia quase nada. Fiquei todo o tempo tentando me afastar da personalidade de Ian Curtis enquando assistia ao filme sobre sua vida. Mas não tive escapatória e me idenfiquei com ele sim. Hoje eu fiquei triste de bobeira. Ainda que só hoje, ou de vez em quando, eu pelo menos percebi que fico feliz mais vezes do que triste. Isso já é alguma coisa.

A vida de Curtis foi feita das tristezas que ele inventou, equivocadamente. Mas quantos não fazem isso sem motivo aparante? Eu estou triste hoje porque em 2009 vou começar um nova vida. Ainda não é do jeito que eu gostaria, da forma, e no lugar certo, mas é saída para alguma parte. O processo é de solucionar e não problematizar. Imagina só se eu embarco numa depressão destas, de bobeira, e me encontram morto com uma corda no pescoço?

Eu não sou sério o bastante como Curtis para isso. Na verdade, eu nunca fui sério. Sou fanfarrão, como dizem por aí. E por isso saí tão irritado da última sessão de cinema. Incomoda ver gente desperdiçando vida porque vê problema em tudo. Que mania é essa de transformar felicidade em cacos de vidro para ficar cortando o pé e sangrando eternamente?

E quem garante que a minha melancolia acabou? Estou aqui ainda lutando com ela, envolvendo o peito com uma corda e apertando, apertando, apertando, para ver se desaparece na fina poeira do ar. Mais um pouco e acho que... sim... est0u quase conseguindo.