"Enquanto houver champanhe há esperança" (Zózimo)
Minha foto
Rio de Janeiro, Brazil
Sem uma verdade-conclusão, sigo escrevendo com paixão sobre tudo que absorve essa existência do cão.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Quando a bondade é agressiva

O abajur ainda aceso e um rasgo de céu invadindo a minha janela. Já tem passarinho cantando, o dia espreguiçando com satisfação. Parece que não vai chover, bom sinal para as emoções. Não são 24 horas de sofrimento. Apenas momentos de felicidade absurda. Deixar que as lágrimas escorram sem vergonha pelo canto da boca. Sentir o sal acelerar as sensações. Nunca tive vergonha de chorar. E chora-se tanto em uma vida. Mais por dor do que alegria. Mais por rancor do que compaixão. E nada melhora. Nem acalma. O sol agora está de volta e expulsa os restos de cinza que ainda pigmentam o azul do céu. É outono, as folhas também caem, assim como vão sendo varridas junto aos ressentimentos. Há bondade nas esquinas para aqueles que colaboraram nos últimos tempos. Se ajudou, foi digno, generoso e sensível, chegou a sua hora de ser agraciado. Afinal de contas, ja te acertaram alguma vez com uma bondade agressiva?