"Enquanto houver champanhe há esperança" (Zózimo)
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Rio de Janeiro, Brazil
Sem uma verdade-conclusão, sigo escrevendo com paixão sobre tudo que absorve essa existência do cão.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Águas de Fortaleza

De repente, aqui, num ponto qualquer do 'Atlantic Ocean', de frente para esse mar tão infinito, largo, volumoso, profundo. Como é bom poder observá-lo com calma e apreciar sua beleza tão singular. O azul é emocionante. As caravelas estacionadas, uma onda à parte. Mansas, as àguas de Fortaleza acalmam os olhos e o coração. São estáveis, equilibradas, não quebram, não espumam. Que privilégio poder existir nesse lugar, nordeste do Brasil. Simplesmente estar.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Um quarto de hotel em São Paulo

Ainda impressionado com a estranheza do dia. Primeiro um filme surreal, longuíssimo, tristíssimo, desconfortável, agoniante. Depois uma viagem para São Paulo igualmente esquisita, vazia, fria. Terminei o jantar rápido. Sentei à mesa sozinho, como fiz poucas vezes. Não queria interagir com ninguém, nem conhecia ninguém. Quando terminei, pedi um vinho para viagem. Queria voltar para o quarto, mas também precisa respirar. Então, dei uma volta no quarteirão para fumar um cigarro e absorver o inverno que está chegando a esta cidade. Frio que não era de Paris, nem de Londres, infelizmente. Queria estar em qualquer outro lugar, menos neste quarto. Queria acertar a comunicação, escrever torto nas linhas certas. O contrário, talvez. Mas escrevi tantas coisas e não consegui enviá-las. Faltou coragem, deu preguiça. Não queria a ansiedade das réplicas, nem imaginava escrever tréplicas em algum momento. Preferia ser ouvido e entendido e ponto. Mas quase não tinha a dizer. Essa que é a verdade do vazio deste quarto de hotel. Um copo que não esvazia, um sono que não me derruba, a falta de algo interessante na televisão. Voltei e não consegui tirar os sapatos como fiz assim que cheguei. Abri o vinho, sim. Transformei um pires que encontrei no armário em cinzeiro imediatamente. Nem sei se posso fumar aqui dentro. Mas não me preocupei com isso. Preciso ainda encontrar no silêncio e na falta de sentido desse dia uma resposta. Seja qual for. Medo do negativo, desejo do impossível. Hoje está faltando fé na positividade, mas por quê? São 11h24 no microondas que está à minha esquerda. A tv de plasma desligada. Pouca luz, a música parou de tocar e não consigo escolher outra. Muito menos terminar essa garrafa de 375 ml. Meu quarto fica do lado do elevador, no segundo andar. Tem vista para prédios altos. Eles emolduram a noite preta, em Moema.