"Enquanto houver champanhe há esperança" (Zózimo)
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Sem uma verdade-conclusão, sigo escrevendo com paixão sobre tudo que absorve essa existência do cão.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Uma noite reveladora

Enquanto reparo se a respiração dela está normal, ouço os roncos dele. Uma noite jamais pensada no hospital. Nós três burlando as regras outra vez. Ela dorme sorridente, como se fosse acordar de um sonho delicioso, e, quem sabe, se levantar e sair correndo. Continua linda. Sua beleza é indestrutível, assim como o afeto que todos nutrem por ela. O sono dos justos ela está tendo agora. Viveu 100 anos em 56, numa velocidade e numa intensidade estonteante. Buscou o sentido da vida, uma resposta, e só agora parece ter encontrado. E estava tudo bem debaixo de seu nariz. Que capacidade incrível de transformar qualquer pessoa que teve oportunidade de conhecê-la. São tantos exemplos, basta olhar ao redor. Certa ou equivocada, é um exemplo de ser humano. Que orgulho ser criado por uma criatura tão intuitiva, evoluída, cheia de graça. Ela é imortal, está sendo aguardada no céu. Vai poder, enfim, reencontrar o filho de quem sentiu tanta falta nesses últimos 28 anos. Vai pegá-lo no colo para criá-lo até que nós também estejamos preparados para nos reencontrar do lado de lá. Eles já estão ansiosos por sua chegada e nós apenas precisamos deixá-la partir, sabendo que sua existência jamais há de se desintegrar em nossos corações.