"Enquanto houver champanhe há esperança" (Zózimo)
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Sem uma verdade-conclusão, sigo escrevendo com paixão sobre tudo que absorve essa existência do cão.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Identidade

"Não posso ir porque estou sem identidade", pensou em um insight tão franco. Foi puxado para fora um pensamento sempre tão nebuloso. Estava com dificuldades. Não estava confortável desde que chegara. Nem mesmo queria ir, mas foi. Queria trocar ideias, já havia dançado miudinho nos últimos dias. Sem energia para conceder mais uma dança a quem quer que fosse. Embora tenha quebrado uma das promessa que havia feito no começo da semana, procurou ser fiel a si mesmo e disse não. Há muito andava habituado a se torturar ou se deixar persuadir por aquele antigo jogo. Agora era como um estranho praticamente. Semblante descrente no que assistia. Fumou dois cigarros seguidos. Não deixou de se expressar. Mas a cabeça estava visivelmente, pelo menos deveria, muito adiante, longe dali. Não conseguiria existir por muito mais. Então recusou. Preferiu descer daquele mundo para entrar num táxi. Estranhamente, era mais familiar do que contexto anterior. Um estrangeiro naquele que costumava ser seu país. Mas como não o habitava há tempos, desacostumou-se. Lembrou que era livre, diferente do resto. Pensou no preço que paga por isso. E não fez concessão. Tocou para casa em busca de raízes.