"Enquanto houver champanhe há esperança" (Zózimo)
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Rio de Janeiro, Brazil
Sem uma verdade-conclusão, sigo escrevendo com paixão sobre tudo que absorve essa existência do cão.

domingo, 6 de outubro de 2013

Desgostoso

Eles já me queriam pronto e lá. Eu tinha acabado de despertar para o que seria aquele domingo. Cogitei estender o convite a uma amiga, mas acho que, no fundo, também não a queria. Muito menos eles. Deixou claro que daria muito trabalho. E me veio aquele almoço rotineiro de domingo. Mais gelo, mais uísque. Pegar cerveja no congelador, falar amenidades e assuntos desinteressantes. Fingir que estou lá, quando a minha cabeça está do outro lado do Atlântico. Que preguiça! Então resolvi lavar o banheiro. Joguei sabão em pó no chão, depois foi a água. Queria ver aquelas borbulhas de sabão clareando o chão e as minhas ideias. Precisava começar a existir para mais um dia de domingo. E interagir. Lidar com o outro estava me parecendo até mais difícil do que ter que lidar comigo mesmo. Com meus sentimentos. Com a poeira da casa, com a sujeira. A dúvida e um pré-julgamento, a falta de vontade de ir, o desafio de escolher. Sempre ele.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Uns pensamentos

Gosto de quem me odeia, odeio quem não me ama. Amo quem não me quer e não sei quem me ama. Gosto de rir. De chorar, nem tanto. Mas me derramo, visito céus e infernos normalmente. Vou nas intensidades, ultrapasso limites, me arrisco, mas me protejo. Tenho medo. Tenho prazer. Esnobo, não presto atenção. Sou cego e surdo, às vezes. Vejo além do que se revela. Invento um pouco também. Deliro com minhas fantasias. Não curto muito a realidade, prefiro a ficção. Minhas viagens, o céu e as estrelas. Mas meu pé se mantém na terra. Parece que não desgruda. É um chiclete que me prende. A goma estica e puxa. Um dia ela arrebenta.