"Enquanto houver champanhe há esperança" (Zózimo)
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Rio de Janeiro, Brazil
Sem uma verdade-conclusão, sigo escrevendo com paixão sobre tudo que absorve essa existência do cão.

sábado, 29 de dezembro de 2007

Retrospectiva 2007

O ano foi intenso. Isso é inegável. Mas não considero um ano ruim. 2007 foi cheio de armadilhas, surpresas, reencontros, e trouxe um amadurecimento incrível. Tenho certeza que não sou mais quem eu era há um ano, no final de 2006. A vida ensina e castiga, ao mesmo tempo. E, com isso, a cada dia vem uma nova missão, uma função involuntária, mas presente, precisa, necessária. Meus olhos viram muito. Os ouvidos ficaram especiais, assim como a voz, que entrou numa de cantar. Frustrações? Não carrego nenhuma, no momento. Fico pensando se alguma coisa está faltando? Óbvio que sim. Claro, tem sempre alguma coisa fora do lugar. Uma espera. Uma angústia. Mas não é um sentimento dominante. Funciona como um termômetro apenas. E, enquanto termômetro, aponta os ups and downs diários. Força. Quando tudo parecer estar chegando ao fim, ela se mostra tão visceral, que a fraqueza fica tão contrariada. O bom humor foi um grande aliado, sempre com um poderoso jeito de reverter uma situação, agredir, e incomodar. Eu nunca havia pensado que o bom humor fosse capaz de incomodar alguém. Normalmente, é o mau humor que destrói a alma das pessoas. Tive que aprender que, diferentemente de mim, existem forças negativas que operam da pior maneira possível. É um amontoado de equívocos, complexos, a serviço do pequeno, da mesquinharia, da falta. É a falta que algumas coisas representam nessas infelizes vidas alheias. Tenho o bom humor, a educação, o discernimento, a noção. Mas quando dou de cara com a boca do canhão, é sempre terreno perigoso. Desejo o bem. Isso é importante. Dia desses, no meu trajeto habitual - leia-se Ponte Rio-Niterói - me deparei com os seguintes dizeres nas paredes recheadas do Gentileza, perto da Rodoviária Novo Rio: "Só é feliz quem é do bem e faz o bem".
Ser do bem é uma tarefa diária. E é uma provação também. São tantos os momentos em que somos testados. Não pelos outros, mas pela própria consciência. Passei nesses testes. Sei também que o excesso de bondade é prejudicial. Ainda assim, prejudicial apenas a quem faz o bem. Quem pratica o mal, além de praticá-lo conta si mesmo, destrói quem está em volta.
Essas pessoas são felizes? Não. Podem ser tudo, menos felizes. É preciso ter gratidão. Eu agradeço por estar vivo. E você?
Em 2008, desejo que o mundo seja mais feliz.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

2008?


Um tempo contemporâneo, sadio, revelador, positivo, amoroso e pacífico.

"Eu vejo a vida
Melhor no futuro
Eu vejo isso
Por cima de um muro
De hipocrisia
Que insiste
Em nos rodear...

Eu vejo a vida
Mais clara e farta
Repleta de toda
Satisfação
Que se tem direito
Do firmamento ao chão...

Eu quero crêr
No amor numa bôa
Que isso valha
Prá qualquer pessoa
Que realizar, a força
Que tem uma paixão...

Eu vejo um novo
Começo de era
De gente fina
Elegante e sincera
Com habilidade
Prá dizer mais sim
Do que não, não, não..." (Lulu Santos)

sábado, 15 de dezembro de 2007

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Frases

"O deboche é a arma dos fracos. É o único meio de agressão que eles conhecem. É a única coisa que eles sabem fazer, entendeu?" Luiza Scarpa

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Antes de Dormir

Ainda impressionado com a quantidade das idades e unidades.
Passadas as impressões e comunicações canções,
Vejo que toda a conexão da imensidão global
Atinge a todos aqueles que inventam compaixão.

Debaixo do seu colchão há uma sensação de interseção
Não de via direta, reta, estreita, correta
Mas sim de desvios, atalhos, outros caminhos.
São estes que elevam o humor, o calor e mudam de cor

Tremendos necessários efeitos capazes de trazer a situação
Para destilar veneno, açoitar o coração e livrar da destruição
Da camada do orgulho, velho, surrado e sujo
Que muitos carregamos como engano para nossos súditos

domingo, 9 de dezembro de 2007

Beautiful (Sun)day


Os primeiros raios de luz multiplicaram-se em segundos
Os olhos, que já estavam cansados, pararam para ver
Do que aquilo tudo se tratava
Quantos azuis e vermelhos se encontraram?
Duzentos e cinquenta tons de cores e vibrações
Em outras cidades vizinhas, por trás das colinas, era sol
E agora estava chegando pra espantar aqueles vampiros
Encaminhar os deliquentes bêbados para casa, de graça
Com chama, céu, charme, colchão, pijama e chão
Tudo que era visão obteve razão
Na condição de existir e resistir com gratidão
A mais um amanhecer de luz clarividente
Pra quem sonha com a imensidão

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Mamãe Natureza

"Não sei se eu estou pirando
Ou se as coisas estão melhorando
Não sei se eu vou te algum dinheiro
Ou se só vou cantar no chuveiro
Estou no colo da mãe natureza
Ela toma conta da minha cabeça
É que eu sei que não adianta mesmo a gente chorar
A mamãe não dá sobremesa..." (Rita Lee)

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Brilho Eterno

O show do Police está cada dia mais perto. Paralelamente a esta espera, lembro de 'Synchronicity', o disco de 1983. E penso que, embora ainda não tenha comprado o meu ingresso, são tantas as sincronicidades que me acompanham ao longo dos anos. Desde uma surpreende descoberta de conexões entre amigos, que conhecem outros amigos por outros amigos em comum, até as músicas que tocam no celular em modo de reprodução 'random' - e eu quase sempre descubro qual é a proxima que vai tocar -, ou minhas premonições e intuições tão infalíveis. E quero entender a lógica - ou a falta dela - que move o mundo. Quero saber mais, ajudar mais, produzir melhor, acertar. E a cada dia isso é um desafio. Essa prova de vida que machuca tanto, dá preguiça, cansaço. Se ao menos fosse possível apagar determinadas coisas da mente. Se eu pudesse ligar para a 'Lacuna' para me submeter a uma sessão de queima de memória... Ainda me assusto mais com as coisas que estão para acontecer e a razão pela qual elas acontecem. De repente, fico tão pequeno no quadro. Sei da minha relevância, mas isso não é o bastante. Às vezes, 'king of pain', mas nunca 'wrapped around your finger'. Tá na hora de ir embora.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Wondering...

Alguma coisa emocionante. Um fator capaz de alterar o humor, liberar os pensamentos. Que seja de verdade. Não é uma questão de problematizar. Acontece que tudo anda rotineiro demais. Os mesmos problemas, as angústias são todas iguais. Surpresas. Muitas, vindas do infinito. Quero acreditar nisso e, num determinado instante, ser atingido.

domingo, 18 de novembro de 2007

Atropelado Pela Notícia

Quando cheguei a imaginar que não sofreria mais nenhum efeito da indústria, fui literalmente atropelado pela notícia. Lá estava ela, mais fresquinha do que nunca, conquistando sem esforço a capa de mais um jornal. Insaciavél e voraz, é ela quem dita o que é acontecimento. Novidade safada, ou furo histérico, é implacável: capa, tiro e atropelamento. Sem misericórdia. Assim.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

No fechamento

Não é quarta-feira de cinzas, mas toda quarta-feira costuma ser pesada e sinônimo de dia seguinte de alguma folia. E eu nasci numa quarta-feira. Contudo, penso que consegui, mais uma vez. Matei todos os leões, engoli os sapos necessário e, agora, é só esperar por uma nova quarta-feira.
Será?
A rotina me engole, às vezes. Embora eu tenha um poder revigorante de transformar as situações em algo novo, sonho em ter uma vida diferente. Uma vida para cada dia, mas não sei se isso é possível. Por hora, vou fabricando as minhas casquinhas para me proteger das abelhas e, principalmente, dos mosquitos. Eles aparecem quando menos esperamos. E sugam. Enquanto isso, as abelhas espetam onde eu menos imagino, ou onde a minha inocência não me permite elaborar. E assim, um cascão vai ser formando dia após dia. Amanhã, eu serei menos volúvel.
Talvez...

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Uma tarde na Delfim Moreira


De Betty Faria para mim, durante a nossa entrevista:

"De que signo você é? Você fica tão vermelho com determinadas coisas. Você é tão transparente. Você nunca vai ser imprensa marrom. Você é transparente. Você fica corado."

domingo, 4 de novembro de 2007

3h51 am

Dois dias depois, me peguei lavando a louça de novo. Madrugada. Sem bolo de batata. Refleti sobre a minha função no mundo e meu grau de evolução. Sem saco de passar mais detergente. Eram mais de dez copos. Pessoas estiveram aqui em casa. E eu lembrei das palavras de Nancy. Sobre funções. Sobre ter a missão de agregar pessoas, introduzi-las. Trazer uma nova comunicação e interagir. Mais um copo. A travessa suja de bolo de batata me observou. Olhei para ela e pensei em sua sujeira. Compreendi naquele momento que algumas coisas apenas são capazes de operar de uma maneira. Poucos conseguem alcançar a versatilidade.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Pensamentos às 2h40 am

Eu tive um momento de serenidade enquanto lavava a louça. De repente, eu estava zen. Pensei na vida das pessoas e nos últimos acontecimentos. As coisas funcionam de acordo com alguma legislação do universo. As facas e garfos estão cheios de resíduos do bolo de batata que fora assad0. Os rostos vão aparecendo na minha frente. Quero compreendê-los. Quero amá-los acima de tudo. Terminei de colocar os talheres no escorredor. O meu torpou não consegue encarar a travessa e a panela sujas de batata e queijo. Peguei o maço de cigarros. Eles são companheiros de tantos prazeres, tantas idéias. A guerra acabou e estamos à volta do tabuleiro. A vida seguiu. E, então, escrevi que tudo, finalmente, encontrará a paz adequada.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Wondering about nothing (but fears)

How do you feel about losing something so unreplaceble?
And when you just know where you´re going through
You just let life keeps its damm way to the unbelievable
How do you tuff things that came with your thoughts?

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Rain...


Uma certa paz se instaurou em meio à chuva. Chuva que alagou as cidades, fechou aeroportos, trouxe goteiras, poças, sujeira, atrasos. Todos que passaram pela chuva tiveram o corpo e alma, de alguma forma, afetados por um processo de lavagem. Diante das forças da natureza, somos nada, ou quase nada.

domingo, 21 de outubro de 2007

Chuveiro de Guta



A segunda edição do 'Chuveiro in Concert' foi muito boa. Eu tinha ido porquê minha partner, Kamille, seria a DJ e, finalmente, executaria 'Je T'aime' ao vivo (e foi o que fez em parceria com Pedro Veríssimo, num dueto sexy) e eu, logo eu, acabei cantando também... É! Isso aconteceu depois de duas caipirinhas. O cardápio estava me tentando. Quando peguei para ver as opções, David Bowie me pareceu o mais indicado, com 'Rebel Rebel'. Não hesitei (ou exitei = no sentido exit da situação) e coloquei meu nome lá. Qual não foi o susto quando chegou a minha vez?! O Cinemathèque, que é ótimo, tem um probleminha: fumante só tem vez no andar de baixo. Eu estava lá, durante a segunda capirinha, fumando um cigarro despreocupado: "E agora...Guilherme Scarpa...", foi o que eu consegui ouvir e só deu tempo de varejar o cigarro e ir pro palco. E começou aquela introdução clássica. E eu fui no embalo. Confesso que no fundo sabia que estava indo relativamente bem. A Érika, ex-Penélope e hostess (uma graça!), ficava no palco para ajudar as pessoas que estavam assassinando gravações alheias (ela teve que socorrer a filha de Scarlet Moon em 'Último Romântico'!). Não, eu não estava nesse caso. Os aplausou foram tantos, que eu comecei a acreditar que tinha ido bem, e tinha. Desci do palco feliz, sabia que o verso "hot tramp I love you so" estava afinadinho. Olhei pro lado: Guta Stresser. Ela também iria cantar. Dessa vez 'A Menina Dança', dos Novos Baianos, ao invés de 'Perigosa', das Frenéticas. Desempenho 'médio bom'. Da outra vez foi melhor, Érika entrou em cena, drinks e drinks... e modéstia: "É, continuo sendo melhor atriz mesmo", confessou Guta ao microfone, após a performance. E lá fui eu cumprimentá-la. Ela baixou a cabeça: "Que vergonha...". Nos conhecemos pessoalmente na festa anterior do 'Chuveiro'... exatamente num dia em que havíamos nos falado por tel. Eu estava atrás dela para uma foto da coluna 'Meu Domingo', da TDB! E foi uma enrolação... que ainda continua, mas a simpatia e a madness dela estão acima disso, e rimos outra vez com a história da foto. Mas isso é papo para outro post...
Quando tudo acabou: Casa da Matriz! Oh yeah!

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Dangerous Drug: Love

Minha melhor droga é você
Se existe alguma boa
Eu não sei
Mas dessa,
Quero ter overdose de você
Com você

Um dia parece uma enfermidade
A abstinência é um abismo na minha existência
Enfraquece a mente e interrompe qualquer felicidade

Sem ela já não posso mais viver
O coração pulsa sem vontade
A alma escraviza o querer
Os olhos dilatam sem capacidade

Mas com ela vôo alto acima do céu
Com leveza meu corpo flutua
Ao encontro do nosso papel
Que talvez ainda esteja só na rua

*Salvei esse do lixo. Data de 23 de outubro de 2004.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Comédia


Se ontem sofri de antecipação, hoje já sorrio sem preocupação. Comédia. Você sabe o que é? A Leila me contou que uma pessoa humilde perguntou a ela, durante a sessão de cinema, qual era o significado de 'comédia'. Ela, surpresa, disse que não sabia. Mas sabia. Fingiu por um instante que não. Ele voltou a perguntar: "O que é comédia?". Sugeriu que ele dissesse o que entendia por comédia. "É uma coisa engraçada!", ele tomou coragem e disse. "É engraçado. É para rir, tem graça.", essa foi a resposta de Leila. Ele sorriu e saiu. Eu também sorri. Percebi que estava achando alguma coisa engraçada, não só quando revi uma cena de Carlitos em 'Tempos Modernos'. Aquela cena em que ele paga de cobaia de um novo experimento, uma máquina de alimentar. E surta. Sai apertando tudo o que se parece com parafuso. Se ele pudesse apertar os próprios, os da mente... Sorri de novo quando fui tomar banho e me lavar. (Lembra que eu falei algo como "o banho renova"?) Pois bem, foi a comédia que me salvou. Li a mensagem: "Também quero morrer no Estácio com aquela cara de 'Psicose'!". Você sorriu?

Valeu Didia.


segunda-feira, 15 de outubro de 2007

If ...

Inquietação. Descarga de pensamentos. Todos em um só. Ou só um persegue?Domingo à noite. Se já bastasse ser domingo, a madrugada do início da segunda é desesperadora. Ultimamente busco o momento off-pensamento-preocupação. É difícil alcançar. Consegui estar nele na sexta-feira. Era começo de noite, e quando comecei a subir a ponte, rumo a Botafogo, senti um momento de bem-estar. Um momento meio em desuso. Uma calma e um pouquinho de felicidade. Naquele momento, eu estava feliz e sem preocupações. Nem posso dizer que foi apenas um momento. Ele perdurou por algumas horas e, então, venceu. A validade é tão abstrata. É como o seu suvaco. Por mais que haja desodorante, chega uma hora que os anões morrem e o odor se desenvolve. Um banho é sinal de renovação. Renovar para apagar. Queria apenas esse momento bissexto de tranquilidade. Sem lembrar de tudo que deveria ter feito e não fiz. Do que vai ficar em cima da hora. Do que vai me sobrecarregar e eu vou reclamar. Mas também dormimos e acordamos uma outra vez, e, assim, tantas outras vezes...

domingo, 14 de outubro de 2007

Caetaneando aos domingos


Transa, Caetano Veloso (1972). Entendendo e compreendendo nos momentos diversos. Música para tudo ou para qualquer coisa. Fazendo oração ao tempo, ou esperando um tempo de estio. A luz do sol, que a folha traz e traduz behind the wall, conta que ela era atriz e trabalhou no hair. Nine out of ten movie stars made me cry. I´m A´live.

Departamento de Criação?!


Quem vive pra servir assim
Não serve pra viver aqui
E você quer que eu faça aquilo tudo que você
Não sabe fazer?
Vou dar trabalho à crítica
Já que ela depende de mim
É um jeito de sair do buraco que é fundo
E acaba-se o mundo por falta de imaginação
Eu não!Meu departamento é de criação!
Mas que falta de imaginação
Eu não!Meu departamento é de criação!
Falar bem de mim, é perder o emprego
É perder o dinheiro
É perder o segredo da sua profissão
Mas que falta de imaginação!
Eu não!Meu departamento é de criação!

(Rita Lee - Lee Marcucci - Luís Sérgio Carlini)

*Faixa 5, lado A, do LP "Entradas e Bandeiras" (Rita Lee & Tutti Frutii)