Uma lata de Coca-Cola vazia, o jornal espandongado e o celular morto. Não tive qualquer ânimo para recarregar sua bateria. E para me recarregar? Sinto como se ainda tivesse dois dedinhos de bateria, mas também sei que eles não vão conseguir me guiar até o Estação Vivo Gávea para que eu assisa ao documentário "Eu Sou Porque Nós Somos", produzido por Madonna.
Sair do plantão neste domingo tão cinza para ver de perto toda a pobreza do Malauí, na Africa? As 12 milhões de crianças infectadas pela Aids? Muito triste... Mas, a verdade é que eu não devia ter bebido uma garrafa inteira de vinho ontem. Não é exatamente uma ressaca, não estou com dor de cabeça, por exemplo.
Vivo um transe. Paro, observo a quantidade de janelas que estão abertas na tela do computador. A cada hora, descubro que mais pessoas morreram em ataques de carro-bomba em Bagdá. O que não deixa de ser reconfortante, porque o Rio, com toda a violência, não chega aos pés da capital iraquiana.
E morre tanta gente. Morrem e matam "gratuitamente" naquelas terras. Eu fico pensando que o Iraque vai simplesmente acabar um dia. Mas o meu tédio... não! A dúvida do cinema ainda me tortura. Afinal de contas, ganhei uma credencial para o Festival do Rio e devo utilizá-la. Ainda mais que não vou ter que entrar numa fila para adquirir ingressos tão disputados a tapa.
Agora vi os ladrilhos transparentes de uma das paredes aqui da redação. É natural que sua luz esteja desaparecendo. São 17h31! O domingo já começa a morrer para dar lugar à ânsia de mais uma segunda-feira. Comer ou fumar? Os dois? Ainda não tenho certeza, mas acho que vou dar uma volta por aqui mesmo.
- Guilherme Scarpa
- Rio de Janeiro, Brazil
- Sem uma verdade-conclusão, sigo escrevendo com paixão sobre tudo que absorve essa existência do cão.
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2 comentários:
Andas tão pensativo!!!
Isso não é mais uma ressaca, é uma rebordosa da vida ! Vai de reto satanás! Sai pra lá Exu! Desencarna desse corpo! Toma outra garrafa e volta ao início q fica tudo bem!
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