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Tantos atritos, ressentimentos e dúvidas têm revestido esta semana da Lua Cheia. Como um astro sem luz própria consegue ampliar e aguçar tanto os sentimentos? Já ouvi dizer que, quando está cheia, a Lua exerce influências poderosas sob o humor das pessoas.
Com isso, ressentimentos adormecidos ressuscitam; a fome e a sede se tornam vorazes; o ímpeto de falar perde qualquer censura. Vivemos uma espécie de apocalipse mental, que nos joga num poço tão obscuro, molhado. As lágrimas estão todas lá, jorrando como nunca. Os excessos tornam-se permitidos por um instante. A sensibilidade é à flor da pele. Calor e frio se misturam ao longo do dia e da noite.
Já não há mais uma linha tênue para apaziguar as situações: é matar ou morrer. Mas, esse fênomeno lunar acontece apenas uma vez por mês. Se fosse todo dia, talvez não houvesse mais nada a se fazer. Ainda há: podemos, com bom humor e tolerância, perceber como somos vulneráveis às forças da natureza.
Esse desespero vai passar. A calma ainda há de retornar para reconfortar a alma e nos salvar. Basta rir para aliviar.