"Enquanto houver champanhe há esperança" (Zózimo)
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Rio de Janeiro, Brazil
Sem uma verdade-conclusão, sigo escrevendo com paixão sobre tudo que absorve essa existência do cão.

sábado, 5 de junho de 2010

Destino?

Inundado de pensamentos, estava voltando para casa. Meio sem rumo, na verdade. Até que o ônibus desviou da rota para meu espanto. O motorista resolveu fazer a gentileza de deixar uma senhora mais à frente e mudou o caminho. Com isso, afetou o destino dos passageiros, o seu próprio, e de uma outra pessoa. O sinal estava verde - isso é o que ele insistia em dizer pouco depois do acidente. Ao atravessar um cruzamento, surgiu um carro. Vinha pela rua transversal. A colisão foi fatal. Em instantes, não tive muito tempo para pensar no que estava acontecendo. Apenas segurei o banco da frente com as mãos. Ninguém que estava no ônibus sofreu qualquer arranhão. Mas o carro, sim. Rodopiou feito um pião no meio da avenida. Foi parar do outro lado da pista. De dentro dele, o homem que estava ao volante saiu. De pé. Mas não por muito tempo. Já não consigo lembrar se havia alguém do lado dele. Se sim, talvez não esteja mais entre nós. Horroroso, o acidente logo juntou um numero razoável de pessoas. Uma ambulância chegou em menos de 10 minutos. A polícia também. Éramos quatro ou cinco passageiros. Dois deles ficaram para testemunhar a favor do motorista do ônibus. Eu, não. Queria sair dali. Aquele não era o rumo que eu pretendia tomar esta noite. Peguei o terceiro táxi que passou. Não me contive. Contei ao motorista deste o que tinha acabado de acontecer. Ele ouviu a história. No final apenas disse: "Quando mudamos o destino, estamos sujeitos a isso". Acho que as palavras exatas não foram essas. Mas é uma síntese pertinente. Agora, cá estou eu com a mente recheada de fragmentos do que assisti e do que quase me tornou vítima. Que acaso!