"Enquanto houver champanhe há esperança" (Zózimo)
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Rio de Janeiro, Brazil
Sem uma verdade-conclusão, sigo escrevendo com paixão sobre tudo que absorve essa existência do cão.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Feliz Ano Velho

Fim de ano, fim de ciclo, fim de um tempo. Fim. O cerco vai se fechando e, com isso, apertando todos os parafusos que ainda estão precisando de uma regulagem na cuca. É assim que vamos repensando a vida e suas complexidades para podermos renascer e buscar um novo caminho, ou pelo menos uma ferramenta que sirva. Mudamos o tempo todo. Quem ficou preso ao ontem, apegado ao que já passou, certamente vai ter mais dificuldades. Mas fácil não é para ninguém. Repensar tudo o que aconteceu até agora, analisar todos os desdobramentos de uma ou várias situações ao mesmo cansa. Essa fadiga mental, e até espiritual às vezes, necessita de válvula de escape. Com a passagem sentimental do Natal, algumas angústias até desaparecem entre um pedaço e outro de chester, uma fatia de lombinho, batatas, farofa. E o álcool, é claro, sempre funciona como um bálsamo benigno para quem não se torna escravo dele. A bebida acompanha todos os eventos, os reencontros, potencializa os afetos, afasta a tristeza. E assim, sem entendermos bem o sentido das coisas, passamos por tudo isso... até recomeçarmos esse mesmo ritual anual. Não como no ano passado. Algumas questões mudam. Mas se acertamos aqui, erramos ali, ou revestimos um problema com outra fantasia, é sinal de que houve movimento. Pode ter havido até alguma evolução e, uma coisa que antes era fundamental, agora não se encaixa mais. É uma questão de tempo e espaço.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Maria Antonia

Estava sentado na praia vendo o Pacífico
E, sem que eu me desse conta da emoção,
O mar quebrou em ondas pelos meus olhos
Saudade em um ritmo alucinante e híbrido

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

En México

Hoje andei pela rua, observei os rostos, os gostos, o que bebiam, quanto pagavam. Comprei uma pasta de dente finalmente. Fiquei com medo de ser cola para dentadura. Não li direito o que estava escrito na embalagem, em espanhol, é claro. Não sei de onde, nem como, mas o pouco que armazeno neste cérebro-HD tem funcionado muy bien. Descobri que existe leite condensado na Colômbia, até feijoada eles fazem lá. Não me pergunte como cheguei a essa descoberta. Talvez por causa da profissão, desse vício de investigação. É que os interesses e assuntos acabam sendo os mesmos. Engraçado isso. É um lifestyle... o apreço pelos bons drinques, o vinho, a comida, a cultura. Ingerimos isso diariamente, involuntariamente. Mas por que recorremos sempre ao tempo quando existe uma falta de assunto? Não importa o idioma, é assim que uma conversa evolui ou não. Ainda não tenho uma opinião formada sobre o México, pero me gusta. Não posso negar a injeção de felicidade que me foi aplicada graças a essa viagem inusitada. Tem coisas que só o acaso faz por você. Para todas as outras ainda existe Mastercard. Não se engane: as melhores coisas da vida não são de graça. Elas custam alguns dólares, bajulação, oportunidade e muita habilidade. E também precisam de um empurrãozinho, lábia. Sabe como?

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Inquietação

Um pouquinho de angústia, muita preguiça, falta de sono, de papel higiênico, de amor. Tudo assim, juntinho, numa véspera de segunda-feira. Esse estado queixoso, típico de uma madrugada de domingo para segunda, parece não ter antídoto. A música que toca é até boa. As luzes da casa estão acesas... Antes que eu conclua o pensamento, sou interrompido por uma mensagem. Talvez aquela que resuma bem tanta inquietação, a que é mais frequente, a que me preocupa mais. Uma história que não está destinada a um happy end, mas que tem momentos felizes no trajeto, outros nem tanto. Mas amanhã vai ser outro dia. Quem sabe um milagre muda o rumo dessa prosa? Oremos.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Prisão Perpétua

Excitado, aceso, mas cansado também. O relógio do computador marca 5h11. Ao fundo, o som da televisão. Do outro lado das vidraças ainda é noite, bem escura. Alguns prédios piscam. Vejo meu reflexo em um dos vidros. Me sinto vazio, sem ter o que dizer. Estou em silêncio há algumas horas. Queria dormir, mas não posso. Só quando esse plantão terminar. Não precisei sair até agora. Não consegui fazer uma ligação sequer. Nem precisei. Eles fazem tudo e compartilham. Nenhuma urgência roubou a cena. Que bom, melhor assim. Ansioso para ir embora, agora falta apenas 1h45 para isso acontecer. Evitar olhar o relógio parece que acelera seus ponteiros. Mirá-lo é praticamente uma prisão perpétua. O que faço agora? Estou entre o hoje e o amanhã, virado. Um dia que só existe para mim, mas é escuro. Que termine logo!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Águas de Fortaleza

De repente, aqui, num ponto qualquer do 'Atlantic Ocean', de frente para esse mar tão infinito, largo, volumoso, profundo. Como é bom poder observá-lo com calma e apreciar sua beleza tão singular. O azul é emocionante. As caravelas estacionadas, uma onda à parte. Mansas, as àguas de Fortaleza acalmam os olhos e o coração. São estáveis, equilibradas, não quebram, não espumam. Que privilégio poder existir nesse lugar, nordeste do Brasil. Simplesmente estar.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Um quarto de hotel em São Paulo

Ainda impressionado com a estranheza do dia. Primeiro um filme surreal, longuíssimo, tristíssimo, desconfortável, agoniante. Depois uma viagem para São Paulo igualmente esquisita, vazia, fria. Terminei o jantar rápido. Sentei à mesa sozinho, como fiz poucas vezes. Não queria interagir com ninguém, nem conhecia ninguém. Quando terminei, pedi um vinho para viagem. Queria voltar para o quarto, mas também precisa respirar. Então, dei uma volta no quarteirão para fumar um cigarro e absorver o inverno que está chegando a esta cidade. Frio que não era de Paris, nem de Londres, infelizmente. Queria estar em qualquer outro lugar, menos neste quarto. Queria acertar a comunicação, escrever torto nas linhas certas. O contrário, talvez. Mas escrevi tantas coisas e não consegui enviá-las. Faltou coragem, deu preguiça. Não queria a ansiedade das réplicas, nem imaginava escrever tréplicas em algum momento. Preferia ser ouvido e entendido e ponto. Mas quase não tinha a dizer. Essa que é a verdade do vazio deste quarto de hotel. Um copo que não esvazia, um sono que não me derruba, a falta de algo interessante na televisão. Voltei e não consegui tirar os sapatos como fiz assim que cheguei. Abri o vinho, sim. Transformei um pires que encontrei no armário em cinzeiro imediatamente. Nem sei se posso fumar aqui dentro. Mas não me preocupei com isso. Preciso ainda encontrar no silêncio e na falta de sentido desse dia uma resposta. Seja qual for. Medo do negativo, desejo do impossível. Hoje está faltando fé na positividade, mas por quê? São 11h24 no microondas que está à minha esquerda. A tv de plasma desligada. Pouca luz, a música parou de tocar e não consigo escolher outra. Muito menos terminar essa garrafa de 375 ml. Meu quarto fica do lado do elevador, no segundo andar. Tem vista para prédios altos. Eles emolduram a noite preta, em Moema.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Uma noite em Botafogo

Um cheiro de chuva invadiu todos os poros do apartamento. Não caía nada do céu há muito tempo. Talvez desde que o drama se instaurou há mais de um mês. Na verdade, existe um sopro de sofrimento no ar tem tempo. Mas é melhor esquecê-lo, transformá-lo, guardá-lo em algum lugar, por alguns instantes. Para não enlouquecer e poder transcender. Troquei as pilhas do gás para, enfim, tomar um banho quente. Não que estivesse frio, estava calor até. Queria confortar o corpo e a alma. Acho que consegui, por um segundo, encontrar a paz aqui. Home sweet home.