"Enquanto houver champanhe há esperança" (Zózimo)
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Sem uma verdade-conclusão, sigo escrevendo com paixão sobre tudo que absorve essa existência do cão.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Uma noite de verão em Botafogo

Caramba! Primeira postagem do ano com dois meses de atraso. Mas é que 2012 chegou uma força tão avassaladora e, ao mesmo tempo, contagiante. Não sei se isso tem a ver com tudo aquilo que dizem sobre o ano que, supostamente, o mundo deveria acabar. Talvez essa sensação de proximidade da extinção esteja inconscientemente nos influenciando. E, por isso, não há lamentos a serem feito. Pelo menos da minha parte. Acabo de parir mais um filho. Esse parece que já nasceu maior do que os outros. Pode ser empolgação do momento, mas é o que eu sinto e é o que me move todos os dias. Difícil não cair em descontentamento às vezes. Mas tudo parece ser tão passageiro e tem aparência de solução. Para cada perda uma compensação. São confortos tão seguros que até conseguem suprir qualquer ausência. Esse mundo que nunca para de girar e traz acertos de contas, revoluções, pacificações e atravessa muita turbulência no caminho. É a inveja gulosa, voraz, a dissecação da nossa alma quase que diariamente. Haja alho, pé de coelho, fitinha do Senhor do Bonfim e armas de Jorge para blindar os ataques. E o Brasil parece que vai bem também. Aquele papo de recessão, desemprego, deu uma certa trégua. Trinta anos se passaram. Três décadas eu atravessei. O número não me deprime. Acontece que os balancetes são latentes. É como se uma parte do quebra-cabeça estivesse perto de ficar completa e como se eu ficasse livre das peças que não se encaixam mais. Ainda que algumas delas sejam figurinhas repetitas. E, enquanto permanecem, eu continuo me desdobrando e me ferindo para que elas me queiram assim como sempre quero estar colado nelas.

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