Quando o carnaval te encontrar
Não deixa pulsar o mal
Bota a alma profana para arejar
Evita aquele vendaval
Escuta a marchinha que agrada
Mistura-te ao povão
Saca a serpentina tão aguardada
Contagia esse coração
Alegria é a melhor coisa que existe
Busca saída num samba-canção
Para o que não tem mais solução
E depois dos 4 dias não fica triste
Sim?

- Guilherme Scarpa
- Rio de Janeiro, Brazil
- Sem uma verdade-conclusão, sigo escrevendo com paixão sobre tudo que absorve essa existência do cão.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Tempestade
Nos tormanos cúmplices involuntariamente. Basta alguém aparecer e expor uma história inenarrável que nos tornamos escravos de um segredo que ninguém gostaria de guardar. Mas aí é tarde demais. Uma vez soltas no universos, as palavras nos fazem de refém. O tempo é indeterminado. Difícil descobrir quando virá à tona. Mas sempre vem. E quando vem, acontecem terremotos, desmoronamentos. Os fenômenos todos brotam com a histeria da situação. E você, que nada tem a ver com aquilo, está no meio, dentro do liquidificador de merda, sendo dilacerado por lâminas tão absurdas. E depois? Depois só pode vir a claridade, a reconstrução, um novo caminho. É nisso que devemos nos agarrar.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
2009?
Hum... ainda não sei ao certo o que este ano reserva. Mudanças, sem dúvida. E daquelas que transformam água em vinho. Eu, por exemplo, sou um dos ingredientes desta louca solução. E a minha certeza, até agora, é uma só: "music is primal and it´s visceral, it´s about coming to life", como já disse Lady Madonna. É com a música que eu vou atravessar o novo. Mais do que nunca. Wish me lucky! As máscaras estão derretendo a olho nu. Tudo o que não presta já começou a desmoronar. O espetáculo é repetitivo, devo dizer. Só resta esperar...
sábado, 27 de dezembro de 2008
Um devaneio
Na Faixa de Gaza dos meus sentimentos
Não sobra mais ódio nem bombardeio
Com o passar dos meus arrependimentos
Vou apagando tudo aquilo que odeio
Não sobra mais ódio nem bombardeio
Com o passar dos meus arrependimentos
Vou apagando tudo aquilo que odeio
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Mellon Collie And The Infinite Sadness

Um dia tão Smashing Pumpkins. Na verdade, só pelo título do disco mais célebre da banda. O prêmio tristeza é de Ian Curtis, do Joy Division. Eu ainda não sei muito bem, mas tudo me conduziu ao cinema hoje. Fui assistir a Control (com muito atraso, devo dizer) no velho Cine Arte UFF esta tarde.
Fazia tanto calor e os ônibus estavam tão cheios às 18h30 que só mesmo um cinema podia organizar as emoções e me livrar do calorão pós-chuva tão atordoador. Já sabia que Control estava passando neste cinema, só não sabia que o horário casaria tão perfeitamente com o acaso.
Saí puto da sessão. E não consegui me lembrar de outro filme que tivesse me deixado puto, o que não significa que o filme seja ruim, muito pelo contrário. Uma irritação já vinha me consumindo desde que Ian começou a cornear a mulher que ele roubou do amigo e inventou de ter um filho com ela. Tudo muito gratuito e de bobeira na vida do ex-vocalista do Joy Division.
Neste momento lembrei da minha teoria sobre pessoas cuja genialidade esconde uma tremenda precariedade no campo emocional. Talvez eu ou você que está acompanhando este texto soframos disso. Pelo menos eu não tenho epilepsia, graças a Deus. Nem roubei ninguém de alguém e sugeri que tivéssemos um filho para depois, no meio da rua, de manhã cedo, dizer que não amo mais.
Aliás, eu falo demais. Ele não dizia quase nada. Fiquei todo o tempo tentando me afastar da personalidade de Ian Curtis enquando assistia ao filme sobre sua vida. Mas não tive escapatória e me idenfiquei com ele sim. Hoje eu fiquei triste de bobeira. Ainda que só hoje, ou de vez em quando, eu pelo menos percebi que fico feliz mais vezes do que triste. Isso já é alguma coisa.
A vida de Curtis foi feita das tristezas que ele inventou, equivocadamente. Mas quantos não fazem isso sem motivo aparante? Eu estou triste hoje porque em 2009 vou começar um nova vida. Ainda não é do jeito que eu gostaria, da forma, e no lugar certo, mas é saída para alguma parte. O processo é de solucionar e não problematizar. Imagina só se eu embarco numa depressão destas, de bobeira, e me encontram morto com uma corda no pescoço?
Eu não sou sério o bastante como Curtis para isso. Na verdade, eu nunca fui sério. Sou fanfarrão, como dizem por aí. E por isso saí tão irritado da última sessão de cinema. Incomoda ver gente desperdiçando vida porque vê problema em tudo. Que mania é essa de transformar felicidade em cacos de vidro para ficar cortando o pé e sangrando eternamente?
E quem garante que a minha melancolia acabou? Estou aqui ainda lutando com ela, envolvendo o peito com uma corda e apertando, apertando, apertando, para ver se desaparece na fina poeira do ar. Mais um pouco e acho que... sim... est0u quase conseguindo.
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Quando
Já não tenho mais sites para futucar. Essa hora que não passa. Quero sair daqui, mas não sei para onde quero ir. Dá para entender? Não... Vou sair daqui a 1 hora e 45 minutos, mas para aonde, com esse cansaço ainda por cima? Casa? Bar? Rua? Andar seria bom...
Estou cansado, exausto. Se deixar, eu sou capaz de dormir um dia inteirinho. Mas isso não vai acontecer já. Aliás, os prazos estão suspensos. Perdi totalmente a noção de tempo espacial. Não tenho como prever nada. Sei que vai levar tempo, mas não sei quanto.
Enquanto isso, fico com esta bola de ferro atada ao tornozelo e paralizado aqui neste fim de tarde de mais um dia bipolar, ora chuvoso, ora ensolarado. Que desgraça! É uma inconstância tão parecida com o estado interno, no momento, nebuloso.
Claro que vai passar. Tudo passa, como dizem por aí. Mas quando? Quem sabe dizer, meu Deus?!
Estou cansado, exausto. Se deixar, eu sou capaz de dormir um dia inteirinho. Mas isso não vai acontecer já. Aliás, os prazos estão suspensos. Perdi totalmente a noção de tempo espacial. Não tenho como prever nada. Sei que vai levar tempo, mas não sei quanto.
Enquanto isso, fico com esta bola de ferro atada ao tornozelo e paralizado aqui neste fim de tarde de mais um dia bipolar, ora chuvoso, ora ensolarado. Que desgraça! É uma inconstância tão parecida com o estado interno, no momento, nebuloso.
Claro que vai passar. Tudo passa, como dizem por aí. Mas quando? Quem sabe dizer, meu Deus?!
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
A hora da abonança
Essa vida tão fragmentada por dias da semana. É neles que os ajustes acontecem. Ainda mais quando a segunda-feira está só começando. Senti um sopro de leveza. O vazio onde normalmente a angústia costuma tomar conta ficou cheio de esperança.
Afinal, os tais dias melhores virão devem estar chegando, não é mesmo? Quem pode passar tanto tempo no campo das dificuldades. O verde-esperança que espero traz amor, saúde, cura, dinheiro, prazeres e, especialmente, realizações.
E eu já queria dar o ano como encerrado desde o mês passado. Impossível! Até 31 de dezembro, 2008 se fará presente com toda a sua complexidade, demanda. Tudo bem, não é mesmo? Para quem chegou em novembro tão bem quanto começou janeiro, é uma benção. A vitória da persistência e do bom humor em plena segunda-feira. Que dia mais produtivo!
Afinal, os tais dias melhores virão devem estar chegando, não é mesmo? Quem pode passar tanto tempo no campo das dificuldades. O verde-esperança que espero traz amor, saúde, cura, dinheiro, prazeres e, especialmente, realizações.
E eu já queria dar o ano como encerrado desde o mês passado. Impossível! Até 31 de dezembro, 2008 se fará presente com toda a sua complexidade, demanda. Tudo bem, não é mesmo? Para quem chegou em novembro tão bem quanto começou janeiro, é uma benção. A vitória da persistência e do bom humor em plena segunda-feira. Que dia mais produtivo!
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
O Funk

Ainda não posso despejar aqui os novos versos que fizemos. Na verdade, eles são um reflexo tão urbano e poético do cotidiano, pelo menos de quem vive no Rio de Janeiro.
E tem a ver com o funk, expressão máxima da marginalidade, da genialidade de quem expõe em poucas palavras, objetivamente, um estilo de vida que, sim, merece todo o respeito. Além de ser música. Music is our hot hot sex! Certo?
A primeira vez que realmente tive contato com essa sonoridade, em termos de trabalho, foi quando participei, meio que por acidente, da gravação do vídeoclipe do Mc Leozinho. Lembram-se dele? Foi responsável pelo hit do verão 2005/2006, com a pegajosa e incrível 'Ela Só Pensa Em Beijar', pérola que acabou na voz de Roberto Carlos, tá?
Lembro que eu não tinha a menor idéia de quem fosse o tal Mc Leozinho quando o conheci. Sua música, muito, mas muito menos mesmo. Até que pude ouvi-la umas 30 vezes no mesmo dia. E pronto. Acho que nas primeiras 10 audições eu já sabia a letra de cor.
Era um calor de janeiro bem peculiar. Começamos cedo e não havia um roteiro decente, apenas fragmentos de idéias que, felizmente, funcionaram muito bem com palpites e idéias de todos os envolvidos na equipe de filmagem. Sugeri que ele - o Mc Leozinho - mergulhasse no mar no último take. Não existia um final para a historinha de amor de verão do vídeo.
O mar, no caso, não era de Búzios ou da Prainha, na Barra. Era água da Baia de Guanabara, mais precisamente da Praia de Adão, ou a de Eva. Até hoje não sei diferenciar essas praias estranhas e belíssimas que ficam em Jurujuba.
- Você se importa de mergulhar nessa água? - perguntei ao nosso astro do videoclipe.
- Eu? Tá mó calor, problema nenhum - respondeu o artista, que estava derretendo há horas.
Infelizmente, não foi este o take escolhido para o final do vídeo. Mas, eu tive a felicidade de gravar o plano escolhido. Tanto este que acabei de relatar, quanto o que entrou na edição final e tocou em tantas tardes do Multishow.
Quando sai daquela praia já de noite, cansado, bronzeado, depois de ajudar a desmontar o equipamento, ainda não acreditava que aquilo pudesse der certo. Deu. E, volta e meia, é esta música que sacode a pista de qualquer festinha após as 3h, 4h da manhã.
Acho graça da letra que acabei de escrever com Mary. É muito boa. Que ouvido precioso tem essa menina. Que destreza, perspicácia auditiva ela tem. Se é música e tem o toque dela, é ouro puro. E eu, tão ignorante musicalmente, acho que consegui educar estes ouvidos desavisados. Mas tive excelentes 'professores', confesso.
Ah! O vídeo do Mc Leozinho... faço questão:
domingo, 26 de outubro de 2008
Magia
Vultos pretos. Por toda a parte. Por que fico enxergando essas coisas? Essa adivinhação toda? O que isso tem a ver com a derrota de Gabeira?
Desde cedo, quando sai com minha camisa verde de cogumelos azuis sabia que, mesmo com todo o verde das forças da natureza, seria difícil ver Gabeira como prefeito do Rio, minha segunda cidade, cidade que me recebeu e me absorve diariamente.
Mais do que isso. Senti a derrota se aproximando. Não que isso tenha sido uma premonição. Quanta pretensão. Não quero. É apenas mais uma entre tantas certezas diárias que, às vezes me surpreendem quando acontecem. A disputa foi acirrada, voto por voto. Eu acompanhei e gostei, com exceção do resultado, claro.
Não pensei que a profissão ainda fosse me surpreender com novos prazeres. A verdade é que eu estava esperando alguma coisa melhor. Não só no campo das expectativas. Eu tinha alguma certeza disso também.
É como a música seguinte que vai tocar no meu player. Como não gosto de rotina e repetições me cansam, não consigo ouvir uma série de músicas sempre na mesma ordem. Quase nunca. Gosto de randonizar, ouvir um disco de outro jeito. O aparelho escolhe e eu adivinho. Quando está terminando uma faixa, o meu desejo praticamente transforma a próxima em realidade.
São poderes telepáticos. E não funcionam apenas com objetos sem "vida". Tenho lá minhas conexões com algumas pessoas. Mas, há objetos que têm vida a partir de um botão, por exemplo. A tecnologia não deixa de ser orgânica. Ela envolve, move-se, transforma. Com algum empurrãozinho humano, mesmo que baste apenas apertar uma tecla.
E quando não funciona, sai da órbita, não há porque se frustrar. A menos que já tenha idealizado demais. Se consegue flutuar de acordo com os gases na banalidade, o vôo é mais estável. O que não impede que haja turbulência no processo. Houve sol. Horário de verão e um afogamento na praia.
Não reclamei da ausência de pelo menos uma gota de sol. Eu cheguei e ele já tinha se escondido de mim. Mas o mar continuou no mesmo lugar com suas ondas. Uma estava reservada a banhar este corpo tão necessitado de uma lavagem de alma providencial. E assim o destino deu seu jeito de ajustar. Com mágica, é claro.
Desde cedo, quando sai com minha camisa verde de cogumelos azuis sabia que, mesmo com todo o verde das forças da natureza, seria difícil ver Gabeira como prefeito do Rio, minha segunda cidade, cidade que me recebeu e me absorve diariamente.
Mais do que isso. Senti a derrota se aproximando. Não que isso tenha sido uma premonição. Quanta pretensão. Não quero. É apenas mais uma entre tantas certezas diárias que, às vezes me surpreendem quando acontecem. A disputa foi acirrada, voto por voto. Eu acompanhei e gostei, com exceção do resultado, claro.
Não pensei que a profissão ainda fosse me surpreender com novos prazeres. A verdade é que eu estava esperando alguma coisa melhor. Não só no campo das expectativas. Eu tinha alguma certeza disso também.
É como a música seguinte que vai tocar no meu player. Como não gosto de rotina e repetições me cansam, não consigo ouvir uma série de músicas sempre na mesma ordem. Quase nunca. Gosto de randonizar, ouvir um disco de outro jeito. O aparelho escolhe e eu adivinho. Quando está terminando uma faixa, o meu desejo praticamente transforma a próxima em realidade.
São poderes telepáticos. E não funcionam apenas com objetos sem "vida". Tenho lá minhas conexões com algumas pessoas. Mas, há objetos que têm vida a partir de um botão, por exemplo. A tecnologia não deixa de ser orgânica. Ela envolve, move-se, transforma. Com algum empurrãozinho humano, mesmo que baste apenas apertar uma tecla.
E quando não funciona, sai da órbita, não há porque se frustrar. A menos que já tenha idealizado demais. Se consegue flutuar de acordo com os gases na banalidade, o vôo é mais estável. O que não impede que haja turbulência no processo. Houve sol. Horário de verão e um afogamento na praia.
Não reclamei da ausência de pelo menos uma gota de sol. Eu cheguei e ele já tinha se escondido de mim. Mas o mar continuou no mesmo lugar com suas ondas. Uma estava reservada a banhar este corpo tão necessitado de uma lavagem de alma providencial. E assim o destino deu seu jeito de ajustar. Com mágica, é claro.
sábado, 25 de outubro de 2008
Madrugada, meu bem
Madrugada?
Tudo bem
Gargalhada?
Também
Eco de silêncio,
Espírito do bem
Saudade do futuro,
Amanhã tem
Peito aliviado?
Pra quem?
Sono desgraçado,
Vai além
Paixão?
Ninguém
Vida renovada,
Amém!
Tudo bem
Gargalhada?
Também
Eco de silêncio,
Espírito do bem
Saudade do futuro,
Amanhã tem
Peito aliviado?
Pra quem?
Sono desgraçado,
Vai além
Paixão?
Ninguém
Vida renovada,
Amém!
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Na sexta-feira
É como se nada pudesse atingir, ainda que exista um tantinho de receio lá no fundo. Desapareceu e não retornou. Melhor não fazer muito alarde sobre isso. E não cavucar demais os pensamentos.
Amanhã é sábado e eu trabalho. Depois trabalho domingo, segunda, terça... e só terei folga na sexta-feira à noite (da semana que vem). Por isso, todo tipo de sensações podem ocorrer durante estes dias. E me permito a todas elas.
O sol da sexta-feira ainda é o mais perfeito. A cidade continua linda e (ainda) não possui coisas-bomba, sabe como? Homem-bomba, carro-bomba, avião-bomba, agora existe burro-bomba também.
É possível transitar com algum sossego por esse Rio de Janeiro tão necessitado de dias quentes de sol. E noites abafadas. Essa temperatura mexe com tudo. O corpo, a alma e... os desejos. Até com os computadores, que suam as suas CPUs e esquentam o rabo dos monitores.
Amanhã é sábado e eu trabalho. Depois trabalho domingo, segunda, terça... e só terei folga na sexta-feira à noite (da semana que vem). Por isso, todo tipo de sensações podem ocorrer durante estes dias. E me permito a todas elas.
O sol da sexta-feira ainda é o mais perfeito. A cidade continua linda e (ainda) não possui coisas-bomba, sabe como? Homem-bomba, carro-bomba, avião-bomba, agora existe burro-bomba também.
É possível transitar com algum sossego por esse Rio de Janeiro tão necessitado de dias quentes de sol. E noites abafadas. Essa temperatura mexe com tudo. O corpo, a alma e... os desejos. Até com os computadores, que suam as suas CPUs e esquentam o rabo dos monitores.
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Dias bipolares
Fora toda a inconstância do clima - quente demais ou chuvoso demais - há uma dualidade pairando em toda parte. Essa alternância tão esquista de humores. Tantos momentos, sensações. A hora custa a passar, mas, em alguns momentos, passa depressa demais também.
Olho para o relógio do computador e sei que quero sair. Está quase na minha hora. Um dia que começou com promessas positivas não fluiu como se esperava. Não é uma questão de expectativa apenas. Não funcionou. A angústia não se desfez. Que agonia! Um desconforto tão agudo, o peito tão pesado ainda.
Será que vai demorar muito a passar? Vou atravessar a rua para ver como fica. Talvez uma mudança de ambiente seja favorável. Trocar esse frio fake de ar condicionado pela ausência de brisa que está lá fora. Um pouco de calor talvez resolva. É claro que vai passar. Uma hora vai! Como num passe de mágica. E pronto! Desapareceu... mas pode retornar.
Olho para o relógio do computador e sei que quero sair. Está quase na minha hora. Um dia que começou com promessas positivas não fluiu como se esperava. Não é uma questão de expectativa apenas. Não funcionou. A angústia não se desfez. Que agonia! Um desconforto tão agudo, o peito tão pesado ainda.
Será que vai demorar muito a passar? Vou atravessar a rua para ver como fica. Talvez uma mudança de ambiente seja favorável. Trocar esse frio fake de ar condicionado pela ausência de brisa que está lá fora. Um pouco de calor talvez resolva. É claro que vai passar. Uma hora vai! Como num passe de mágica. E pronto! Desapareceu... mas pode retornar.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Madrugada
O "silêncio" da madrugada. Não tem um cão sequer latindo agora. Ouço apenas a brasa do cigarro queimando e o barulho do ventilador. Esta é a verdadeira primeira noite de primavera/verão, como não negam os termômetros que acusaram plenos 34 graus no começo da tarde. A lua é cheia e brilha lá fora. O esplendor deve acontecer amanhã ou depois. Por dentro, eu fiquei vazio por um instante. Tudo que eu sei fazer ou devo fazer desapareceu. Não sei como. Criatividade, atividade, radioatividade. Deve ter sido em uma destas manifestações. Os círculos que fazem os ventidalores de teto. Não só isso, o ruído. Ele quem rompeu a minha angústia. Pausou meus batimentos também. Me fez respirar, ainda que ofegante, cansado. Ainda há muito o que fazer pela frente. E em curto tempo. Já não tenho muito, essa é a verdade. Preguiça! Preguiça de pensar o que escrever. Fadiga, inércia, falta de iniciativa. Não! ...Iniciativa eu tenho, eu planejo muitas vezes. Mas, não executo. Deixo para amanhã ou depois. De última hora... ou, então, não faço nada. Adio. Finjo que não escuto. Pulo a pergunta, saio de perto, sumo da vista. Ah! Queria tanto desaparecer... ficar invisível talvez resolvesse. Mas não insignificante. Esse estágio não é fértil. Preciso de segurança e tudo que eu penso é descaminho. Ou melhor, caminho para outras partes, artes! A abstração da forma, a liberdade, o desejo. Não essa batalha hierárquica a qual me submeto diariamente para gerar notícia diariamente. Quero um dia 36. Fora do calendário, mas com lua cheia, feito essa que sobrevoa o telhado da minha casa nesta noite estranha de princípio de calor.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Enquanto isso...
Fico pensando em coisas chatas, tão chatas, que achei melhor não reproduzi-las aqui. Para quê entediar um possível leitor deste departamento?
Queria só ter uma outra identidade durante um dia inteiro. Pensar em outras coisas, outras pessoas, outros problemas, outras palavras. "We can be heroes, just for one day", já dizia Bowie. Mas, por hora, só posso executar um outro verso da música: "I'll drink all the time".
E não vou trabalhar amanhã! Tem coisa melhor? ...Tem. Mas é melhor focar no que é possível ser feito e não no que poderia acontecer. O resto cabe ao destino. Fui...
Queria só ter uma outra identidade durante um dia inteiro. Pensar em outras coisas, outras pessoas, outros problemas, outras palavras. "We can be heroes, just for one day", já dizia Bowie. Mas, por hora, só posso executar um outro verso da música: "I'll drink all the time".
E não vou trabalhar amanhã! Tem coisa melhor? ...Tem. Mas é melhor focar no que é possível ser feito e não no que poderia acontecer. O resto cabe ao destino. Fui...
Afundado na lingerie
E o prêmio de melhor longa-documentário, por meio de voto popular, foi parar nas mãos de Paulo Henrique Fontenelle, diretor de 'Loki - Arnaldo Baptista', que eu vi domingo passado e saí do Odeon Petrobras com a certeza de que seria o vencedor desta categoria.
Quem se animar pode ler a minha review, que foi publicada esta semana no site Revista Paradoxo.
Quem se animar pode ler a minha review, que foi publicada esta semana no site Revista Paradoxo.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Ma(i)s louco é quem me diz...

Cinema e música são as expressões artísticas que mais têm capacidade de mexer comigo. São experiências absolutamente sensoriais, que dominam todo o corpo. Imagine unidas?
Ainda estou bestificado com o documentário 'Loki - Arnaldo Baptista', de Paulo Henrique Fontenelle, que tive oportunidade de assistir ontem.
O fim dos anos 60 é, desde sempre, um período que me interessa. Desde a época da escola, na verdade. É como se eu tivesse vivido lá. Senti isso com clareza quando fui vi, recentemente, Toni Tornado cantando "BR - 3". Um arrepio tomou conta dos meus poros quando projetaram imagens do Festival da Canção. Pode ser bobagem, mas há uma conexão. E tudo se repetiu ontem diante de tantas imagens preciosas daquele período, que o filme de Fontenelle apresenta.
A vida do controverso mutante é descortinada através de depoimentos do irmão Sérgio Dias, de Tom Zé, Lobão, Roberto Menescal, Liminha, entre outros. As imagens comunicam rápido, os plots ficam bem claros: o fenômeno dos Mutantes; a saída de Rita Lee; a loucura de Arnaldo, e sua salvação. O próprio pinta um quadro ao longo do documentário, que representa objetivamente os momentos que marcaram sua vida.
Não há espaço para pieguice ou dissimulação. Todos os participantes dão seus pontos de vista com muita sinceridade. As dúvidas são sanadas. Tudo que você não sabia sobre os Mutantes e sobre a persona de Arnaldo Baptista é desvendado. A história (louca) de um grande artista, sem a menor dúvida.
Veja o trailer:
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
...Nothing like the sun

O máximo que a minha memória musical consegue resgatar é o ano de 1987, quando eu tinha 4 para 5 anos. Antes disso, eu lembro de muito pouco. Claro, tinha o primeiro LP da Xuxa, o compacto de 'A View to a Kill', do Duran Duran, que, segundo a minha mãe, eu ouvia compulsivamente.
Mas fora isso, um disco marcou a minha infância. E resolvi falar sobre ele exatamente porque hoje é um dia feliz de sol. Ingrid, uma amiga da minha mãe que mora nos Estados Unidos, trouxe o "novo" CD (é, eu tinha CD player desde 1986, tá?) do Sting, '...Nothing Like The Sun', em janeiro de 88, se não me falha a memória.
Sei que '...Nothing Like The Sun' tocou ininterruptamente durante 1 ano ou mais na minha casa. E o melhor de tudo é que, 20 anos depois, o CD existe e está intacto. Minha mãe é fã de Sting desde sempre, tem todos os discos, DVDs, acompanha. Com ela, assisti ao show de Sting no Rock In Rio III, e sabiamos, é claro, cantar todas as músicas, inclusive as do então-disco-mais-recente, 'Brand New Day'.
Mas voltemos a 'We'll Be Together'. Essa foi a faixa que mais ouvi quando era criança. Não entendia porra nenhuma. Ou melhor, sabia apenas que significava, em português, "vamos ficar juntos" e nada mais. Gostava porque era a faixa mais animada. As outras eram muito densas, introspectivas. Este é o disco que tem 'Fragile', 'Englishman In New York' e um cover de Jimi Hendrix fantástico, 'Litte Wing', entre outras.
Vinte anos se passaram e continua sendo um dos meus discos prediletos. Ele só me traz boas recordações. Da minha mãe, especialmente. Foi ela quem educou, de forma incrível, os meus ouvidos e influenciou o meu gosto musical que, modéstia à parte, é muito rico.
Nada como o sol que brilha lá fora para acalmar o peito agoniado, aquecer o coração e resgatar o sorriso. "We'll be together...tonight!".
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Mecanismos

Sigo escrevendo. Que prazer interminável! E isso significa que sou alguém que (ainda) tem algo a dizer. Ou melhor, alguém que não pára de pensar um segundo sequer. Era nisso que eu estava pensando antes de me sentar em frente à tela.
São lapsos inesgotáveis de memória, preocupações, saudades e dores. E coço a cabeça. Olho para meu mural gigante, com tantas Madonnas de tantas épocas. Cada um carrega uma porção camaleônica dentro de si. Voltei da faculdade e me dei conta de que não sou o mesmo de 2005, quando ingressei lá.
Mantive muitas características, é claro, mas até o jeito de falar mudou. Os cabelos também. Consegui lembrar do primeiro dia de aula. Eu estava usando uma camisa cinza, de um tom bem escuro, quase preto. Era mais magro, bem mais magro, aliás. Naquela época, eu não comia macarrão à carbonara à 1h da manhã, eu acho (risos).
Cozinhava menos também, mas sonhava mais. Idealizava mais. Ainda carregava uma ingenuidade que foi rapidamente corrompida pelos estágios que freqüentei e pessoas pouco iluminadas com as quais cruzei. É engraçado como vamos aprendendo tantos mecanismos de defesa. Lembro sempre da Karla: "são feridas que vão criando casquinhas, chega uma hora que você criou tantas, que acaba protegido".
Realmente, é difícil eu me surpreender com alguma coisa ou alguém hoje em dia. Não preciso de mais de dois dias para sacar uma situação ou um comportamento e visualizar aonde isso vai acabar.
Uma coisa importante: a memória costumava ser melhor também, naquela época. Às vezes, esqueço o que fiz há dois dias atrás. Não deixa de ser um desapego, gosto de encarar assim. Mas o que ficou lá trás é difícil de esquecer.
E são esses pensamentos que, volta e meia, surgem, sem cerimônia. Apenas acontecem e se repetem involuntariamente. Se eu queria voltar no tempo? Acho que não. Meu presente é reflexo do meu passado. Se voltasse no tempo, costruiria outras coisas e teria que lidar com elas agora. Seria como trocar seis por meia dúzia.
domingo, 28 de setembro de 2008
Um Domingo Qualquer
Uma lata de Coca-Cola vazia, o jornal espandongado e o celular morto. Não tive qualquer ânimo para recarregar sua bateria. E para me recarregar? Sinto como se ainda tivesse dois dedinhos de bateria, mas também sei que eles não vão conseguir me guiar até o Estação Vivo Gávea para que eu assisa ao documentário "Eu Sou Porque Nós Somos", produzido por Madonna.
Sair do plantão neste domingo tão cinza para ver de perto toda a pobreza do Malauí, na Africa? As 12 milhões de crianças infectadas pela Aids? Muito triste... Mas, a verdade é que eu não devia ter bebido uma garrafa inteira de vinho ontem. Não é exatamente uma ressaca, não estou com dor de cabeça, por exemplo.
Vivo um transe. Paro, observo a quantidade de janelas que estão abertas na tela do computador. A cada hora, descubro que mais pessoas morreram em ataques de carro-bomba em Bagdá. O que não deixa de ser reconfortante, porque o Rio, com toda a violência, não chega aos pés da capital iraquiana.
E morre tanta gente. Morrem e matam "gratuitamente" naquelas terras. Eu fico pensando que o Iraque vai simplesmente acabar um dia. Mas o meu tédio... não! A dúvida do cinema ainda me tortura. Afinal de contas, ganhei uma credencial para o Festival do Rio e devo utilizá-la. Ainda mais que não vou ter que entrar numa fila para adquirir ingressos tão disputados a tapa.
Agora vi os ladrilhos transparentes de uma das paredes aqui da redação. É natural que sua luz esteja desaparecendo. São 17h31! O domingo já começa a morrer para dar lugar à ânsia de mais uma segunda-feira. Comer ou fumar? Os dois? Ainda não tenho certeza, mas acho que vou dar uma volta por aqui mesmo.
Sair do plantão neste domingo tão cinza para ver de perto toda a pobreza do Malauí, na Africa? As 12 milhões de crianças infectadas pela Aids? Muito triste... Mas, a verdade é que eu não devia ter bebido uma garrafa inteira de vinho ontem. Não é exatamente uma ressaca, não estou com dor de cabeça, por exemplo.
Vivo um transe. Paro, observo a quantidade de janelas que estão abertas na tela do computador. A cada hora, descubro que mais pessoas morreram em ataques de carro-bomba em Bagdá. O que não deixa de ser reconfortante, porque o Rio, com toda a violência, não chega aos pés da capital iraquiana.
E morre tanta gente. Morrem e matam "gratuitamente" naquelas terras. Eu fico pensando que o Iraque vai simplesmente acabar um dia. Mas o meu tédio... não! A dúvida do cinema ainda me tortura. Afinal de contas, ganhei uma credencial para o Festival do Rio e devo utilizá-la. Ainda mais que não vou ter que entrar numa fila para adquirir ingressos tão disputados a tapa.
Agora vi os ladrilhos transparentes de uma das paredes aqui da redação. É natural que sua luz esteja desaparecendo. São 17h31! O domingo já começa a morrer para dar lugar à ânsia de mais uma segunda-feira. Comer ou fumar? Os dois? Ainda não tenho certeza, mas acho que vou dar uma volta por aqui mesmo.
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Entre a cadeira e o monitor
Em meio à devastação do furacão "Ike", os bombardeiros russos da Venezuela e a menininha de 4 anos que foi assassinada pelo avô vacilão em Israel, existe vida, sim. Por cima dos escombros que se tornaram as minhas idealizações, sigo debaixo do sol que não me nega energia. Saí com a sensação de que precisava fazer alguma modificação, qualquer uma.
Comecei pela mais simples: depois de meses e meses sentando do lado direito do ônibus, na minha Via Crucis diária, entre Niterói e Rio, decidi me sentar do lado esquerdo do possante. Não foi A MUDANÇA da minha vida, mas despertou percepções. Ainda mais quando começou a tocar o disco "Racional", de Tim Maia, no mp3. "Uh uh uh, que beleza...". rs
...Há sempre aquela tendência de barbarizar mais um pouco os fardos diários. Mas também sei que é preciso manter os pés no chão - o que não é difícil para uma criatura de elemento Terra. Quando descobri que o sol também brilha do outro lado, deixei de dar tanta exclusividade a apenas um dos lados da moeda.
Só estou esperando o maldito inferno astral parar de provocar tantos questionamentos. Queria nascer de novo e logo. Sem esse estranhamento todo. Sabe como? Pois é... Voltei a escrever, Paulo Senna. God bless!
Comecei pela mais simples: depois de meses e meses sentando do lado direito do ônibus, na minha Via Crucis diária, entre Niterói e Rio, decidi me sentar do lado esquerdo do possante. Não foi A MUDANÇA da minha vida, mas despertou percepções. Ainda mais quando começou a tocar o disco "Racional", de Tim Maia, no mp3. "Uh uh uh, que beleza...". rs
...Há sempre aquela tendência de barbarizar mais um pouco os fardos diários. Mas também sei que é preciso manter os pés no chão - o que não é difícil para uma criatura de elemento Terra. Quando descobri que o sol também brilha do outro lado, deixei de dar tanta exclusividade a apenas um dos lados da moeda.
Só estou esperando o maldito inferno astral parar de provocar tantos questionamentos. Queria nascer de novo e logo. Sem esse estranhamento todo. Sabe como? Pois é... Voltei a escrever, Paulo Senna. God bless!
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