"Enquanto houver champanhe há esperança" (Zózimo)
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Rio de Janeiro, Brazil
Sem uma verdade-conclusão, sigo escrevendo com paixão sobre tudo que absorve essa existência do cão.

sábado, 26 de abril de 2008

Caveirão

Muitos desfilaram seus esqueletos
Carne podre e ossos
Exibiam a precariedade da existência
Espetacularização da morte
Contingência da vida.

Por Fernando Scarpa

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Positividade

Há uma semana do sonho acontecer, só me permito a pensar em coisas positivas. Mesmo com toda a pressão, as dificuldades, angústias, não desisto. Afasto de mim esse cálice de neurose e desespero e me acalmo no íntimo da madrugada. Mentalizo, sinto, entendo. E nesse processo tantas vezes tortuoso, consigo encontrar alívio e forças para seguir e continuar sonhando e realizando tantas outras coisas. O que tem me distraído é a música 'Miles Away', do brand new 'Hard Candy', disco de Madonna que será lançado oficialmente dia 28. By the way... sabia que vida fica mais bonita com lentes Ray Ban?

'Miles Away'

I just woke up from a fuzzy dream
You never would believe those things that I had seen
I looked in the mirror and I saw your face
You looked right through me, you were miles away

All my dreams they fade away
I'll never be the same
If you could see me the way you see yourself
I can't pretend to be someone else

You always love me more, miles away
I hear it in your voice, we're miles away
You're not afraid to tell me, miles away
I guess we're at our best when we're miles away

So far away
So far away
So far away
So far away
So far away
So far away

When no one's around then I have you here
I begin to see the picture, it becomes so clear
You always have the biggest heart,
When we're six thousand miles apart

You always love me more, miles away
I hear it in your voice, we're miles away
You're not afraid to tell me, miles away
I guess we're at our best when we're miles away

So far away
So far away
So far away
So far away
So far away
So far away...

(Madonna/ Justin Timberlake)




Minha review do disco em: http://www.revistaparadoxo.com

domingo, 13 de abril de 2008

A Morte dos Laticínios

Eu pensei que o susto tinha passado. Estava para escrever desde quarta-feira, mas ainda não tinha encontrado a hora certa. E talvez nem escrevesse mais sobre isso. Mas, um novo acidente de carro me motivou. Percebi a morte tão perto esses dias. Rondando mesmo. Ela, que é o avesso da vida, possui o relógio mais preciso que há. Não tem pilha que descarregue, mas, às vezes, algum artíficio é capaz de atrasá-lo (pelo menos um pouco) ou adiantá-lo. Força divina? Tem o toque, sim. Outros, preferem acreditar que as pessoas já nascem com o prazo de validade. Como se fosse aquele carimbo que vem no fundo de um copo de requeijão. Uma vez morto, o ser-humano torna-se apenas um objeto, um corpo. E fede. Exala quase o mesmo odor de um requeijão vencido. Azedo. E deixa tristeza. Se não é a do guloso pelo copo de requeijão, é a da família e dos amigos pela perda do ente tão querido. Não faz mais diferença: quem fica é quem sente. E só.

segunda-feira, 31 de março de 2008

Dreams Come True

Quando eu volto no tempo e consigo me lembrar das coisas que um dia sonhei, não sinto vontade de voltar àquela época. Os sonhos aconteceram. A vida seguiu o rumo e, para minha felicidade, mesmo com tantos atalhos, desvios, perdas, consegui realizar muitos deles.
Lembro de quando via TV antes de ir para a escola. Normalmente, o finalzinho do 'Xou da Xuxa'. Eu nunca nunca nunca fui de acordar cedo. Detesto até hoje, embora seja inevitável algumas vezes. Sempre assisti muita TV. Hoje em dia nem um décimo do que assistia naqueles anos (87, 88, 89... 2000). Foram quase 15 anos de muitas novelas, programas infantis, sessões da tarde, Jô, Chico Anysio, Hebe, Bozo, Sílvio Santos... até Sérgio Malandro. E, com isso, a minha vontade de um dia ter o meu próprio programa de TV. Era o sonho de criança. Sempre foi, embora tenham surgido outros sonhos.
Quando eu menos imaginei, ele se realizou. Não sem antes um outro acontecer: atuar e estar em cima de um palco. Esse sonho veio depois do sonho do programa de TV, e se concretizou primeiro. As coisas têm sempre uma razão de ser. Palco realizado, foi ele que viabilizou e me ajudou a apresentar os programas 'Janela Indiscreta' e 'Ultra POP', no canal a cabo 36, NET (Niterói/ São Gonçalo), com o empurrãozão da minha mãe e de Luiz Antonio Mello, facilitador. O primeiro programa, muito mais especial, era sobre o mundo do cinema, como o título já entrega. Nele, eu pude produzir especiais, mostrar, através de tantas imagens, padrões de vida, situações cotidianas, fantasia. Tudo aquilo que só a sétima arte é capaz de oferecer.
A música veio depois, com o segundo programa. Bandas, artistas, tudo que eu sempre ouvi a vida inteira ganhou vida (em formato MTV). Acabei realizando um mesmo sonho de duas formas. E tanto o cinema quanto a música renderam outros tantos. Um deles eu achei que jamais fosse realizar: cantar. Sempre fui desafinado, nunca gostei muito da minha voz. Mas, aconteceu também. Numa noite louca, véspera de uma viagem, me empolguei depois de duas caipirinhas e subi no palco (essa sensação é sempre indescritível e mágica) do Cinemathéque, e fui cantar 'Rebel Rebel', com a benção de seu autor, o camaleão David Bowie. Érika Martins, por total acaso, virou madrinha do acontecimento. Ela estava com o 'Chuveiro in Concert', grande karaokê ao vivo. Eu não desafinei. Lembro de pouca coisa. Sei que desci do palco e as pessoas me aplaudiram muito e vieram falar comigo. Eu só conseguia dizer que não sabia o que tinha acontecido. E duvidei de todos aqueles elogios. Mas parece que foram reais, pois fui convidado para uma outra ocasião: show de abertura do Lobão, no Morro da Urca. No segundo palco, outro 'Chuveiro in Concert' estava programado. Com muito medo de errar, cantei a mesma 'Rebel Rebel'. A essa altura, o sonho tinha virado realidade. Nunca tive ambição de nada maior. Eu apenas queria poder cantar uma música um dia.
E agora me resta o cinema. A fábrica de todos os sonhos vai me dar um outro prazer. E a pessoa responsável por isso não poderia ser mais amada: Leila Barreto. Por causa da constatação de todos esses sonhos e tantos outros, também não posso deixar de dizer que um dia uma entidade espiritual me disse que meu destino estava atrelado à comunicação. Não é à toa que trabalho em jornal, hoje em dia (a culpa é de Karla Rondom Prado), depois de passar por TV. E também não é à toa que realizei um outro sonho: o de ter o meu telefone, a minha mesa, o meu computador, no trabalho. Tudo meu, com as minhas fotos. Não podemos esquecer dos pequeninos, porque são cotidianos. Acontecem apenas. É involuntário. Mas, o melhor está por vir. Sempre está por vir. Não sou saudosista. Só tenho saudades do futuro.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Uma Revolução?

Os pensamentos psicóticos não param de aflorar durante a tarde. Quando será que vão parar de atordoar? Normalmente, são as pessoas que provocam esse tipo de confusão. Mas, desta vez, é evidente o problema interno. Nao há culpas. Ninguém ganhou esse título. O de elemento externo torturador e entregador de angústias. Vem de dentro. Essa agonia. Agonia de quê?
Dúvida. Cansaço. Preguiça. Sentimentos tão comuns, ordinários. Ansiedade pelo que vem. Uma mudança radical se apresenta. Talvez seja o ano novo astrológico. Ou a erupção de um vulcão adormecido. Que exploda de uma vez.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Sorte

Quando tudo indica que o dia vai ser complicado e as obrigações começam a bater incessantemente à sua porta, o elemento sorte surge (nem sempre, mas quando acontece, é ótimo) e faz tudo funcionar com leveza. Aquela leveza do post de baixo. Lembram? Aquela que é sustentável e tão necessária (para mim). Às vezes, surge uma dúvida, uma angústia na minha cabeça: por que meus temas se repetem tanto? Tudo que eu escrevo é resultado de uma comparação entre a leveza e a dureza da vida. Ora leve, ora pesada, essa vida tão ridícula é alvo de posts queixosos às segundas, e divertidos às quintas. Para mim, são dias-da-semana-divisores-de-águas. Eles compreendem as zonas de humor. E as minhas risadas tão peculiares, tão perseguidas e, ainda assim divertidas, continuam servindo de base para mascarar todo o sofrimento que eu posso vir a ter. Mas com a sorte é diferente. Normalmente provida de boa índole, é muito difícil causar transtorno. O único sentimento maligno que a sorte pode causar é aquele que todo mundo costuma negar a existência: I-N-V-E-J-A. Uma palavra estranha, com três vogais, três consoantes, e um alvo preciso: V-O-C-Ê. Mas a minha sorte de hoje é ter a sorte de ninguém saber que hoje eu tive sorte. Enquanto pensava que tudo seria dificil, impossível, chato e improvável, alguns sinais surgiram e aceitei-os sem pestanejar. Fui contrariado com louvor. Mas, não podemos contar vitória antes do fim da batalha. Essa semana (ainda) conta com outros cinco dias.

segunda-feira, 17 de março de 2008

A Sustentável Leveza do Ser

O fim da chuva e do plantão do fim de semana me trouxeram um bem-estar inacreditável em plena segunda-feira. Estranhamente (ou seria, naturalmente) tudo encontrou forma (simples). Eu tinha certo receio em começar tudo de novo. Ou melhor, continuar. Agora, a maratona só termina sexta-feira. Mas sei que sobrevivi. Quando conversei com Tuca hoje à tarde, descobri que havia um rastro de felicidade. Não só a dela, tão plena. Eu, com todas as minhas dúvidas, angústias e preguiças, estava feliz. Fiquei leve. Acho que é o estado de espírito que mais me apetece ultimamente. Já não busco tantos outros sentidos, só não dispenso a leveza. E quando isso acontece involuntariamente é ainda mais interessante, porque significa que eu, com toda a maluquice que carrego, arrumei uma forma, ainda que precária, de organizar os meus sentimentos. De viver de acordo com o que acredito e acho certo. Pronto, e não mais danificado, sigo em frente, falando até em polonês.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Ja mieszkac w tym domu

Encantado com as barreiras da linguagem que são rompidas pelo ser-humano. Independentemente dos idiomas, há coisas que ninguém sabe explicar. Larisa, minha amiga da Polônia, chegou terça-feira. Animadíssima, ela ainda está extasiada com as belezas do Rio e de Niterói, principalmente. Estuda espanhol na faculdade e também faz aulas extras de português. Aprende tudo com muita facilidade, é alegre e fala inglês como poucos. É nessa língua que estamos nos comunicando. Embora ela tenha todo esse leque poliglota de opções, Marlene, que trabalha na minha casa há anos, não teve a mesma oportunidade. Perto de completar 60 anos, ela até hoje não sabe ler, nem escrever. Muito menos falar em inglês. Mas, compreendendo a situação e percebendo que temos uma adorável hóspede em casa, ela consegue se comunicar, ser educada e gentil, o que pouquíssimas pessoas, hoje em dia, sabem ser. E nessas horas, todas as palavras se tornam tão inúteis. Apenas os gestos, o sorriso, o afeto, importam.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Blues da Piedade

A segunda-feira acabou de começar. Cheguei do dentista. Tinha uma consulta marcada - ou melhor, trocada - para hoje. Também começo a me preparar para a nova turnê. Se fossem 12 shows, a voz seria uma preocupação. Mas, no meu caso, a voz, embora necessária, não é o mais importante, ainda que ninguém consiga me calar. Eu vou conseguir trabalhar, mas acho que não vou desistir de reclamar. A irritação já começa quando penso nas pessoas que estão desgraçando suas vidas por qualquer ninharia afetiva.
"Don't go for second...", canta Madonna em 'Express Yourself'. Na música, ela fala sobre a precariedade afetiva e faz um apelo ao bom senso, pregando que não devemos nos contentar com migalhas e sim com alguém que tenha estrutura para nos colocar no alto, o que deveria ser sempre um princípio básico. Ou não? Ainda mais quando a história se repete mais de uma vez.
"Já conheço os passos dessa estrada, sei que não vai dar em nada...", de Chico Buarque e Tom. Quanta sabedoria! Mas na prática, só idiotice. O sintoma não cansa de se deslocar, roubar situações, regredir, enganar. E como numa velha arapuca, passa uma rasteira naqueles que tem uma alma fragilizada, danificada por pequenos traumas.
Não estou falando de mim, exatamente.
Falo sobre tudo que observo. Esses olhos ordinários enxergam demais, compreendem demais. Mais até do que deveriam. E aí, penso na ignorância. Na facilidade que ela proporciona. No equívoco tão estúpido, fácil. Quando temos placas em linha reta ao lado dos olhos, vemos por uma mesma direção tão precisa, única, que eu, sinceramente, não consigo suportar. É alguma coisa que me corrói. E aflito, não consigo me calar.
Não consigo deixar de expressar o meu desgosto com a cegueira. Ela já me pegou uma vez. Mas me desvencilhei. Sim, voltei a enxergar. Recobrei os sentidos. E agora estou pronto não só para detectar tudo o que acontece comigo, quanto para denunciar aquilo que não presta. E assim sigo matando por aí a mesquinharia humana tão desgraçada e sovina.

"Agora eu vou cantar pros miseráveis
Que vagam pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantadas
Que já nascem com cara de abortadas

Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm

Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas minicertezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia

Pra quem não sabe amar
Fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada

Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde..." (Cazuza/ Frejat)

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Preguiça

Aqui. Com sono às 16h54. Tempo? Aproximadamente 12 dias trabalhando direto, incluindo o plantão (do último fim de semana) texto da Paradoxo, momento 'Queridos Amigos' (ontem), algumas latas de cerveja, champagne, vinho... Ufa! Não foi apenas uma semana, foi como uma semana maior. Nesses casos, eu costumo dizer que "não faz diferença se hoje é segunda ou sábado ou quinta-feira porque, a partir do momento que a semana maldita começa, são muitos dias juntos e, como não há um intervalo, a noção de tempo, espaço ou fim de semana é inexistente".
Mas, o ciclo termina hoje. Amanhã é sábado, hoje é sexta-feira (valendo), tudo volta a fazer sentido, certo? Certo, não. Deveria estar, ao menos. Ao menos? É, a cabeça está funcionando bem (ainda). Não pifei, nem deprimi, transcendi apenas. Passei por tudo isso e agora vou poder descansar. Será?
Aí, quando chega o dia, eu não quero mais descansar. Descansar também significa deixar de fazer coisas que eu gosto e que também me esgotam.
Antes que o dia termine, preciso ligar para a Regiane Alves. É. O Oswaldo Louzada morreu e preciso de "aspas" dela para a nota de obituário. Ou dela, ou do Marcos Caruso. Eles podem deixar o celular desligado, eu não. Outra questão de tempo, devo dizer.
Hum... a que será que se destina este fim de semana?

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Tropa de Elite

O polêmico 'Tropa de Elite', de José Padilha, consagrou-se como o grande vencedor do Festival de Berlim 2008, exatamente 10 anos após Walter Salles Jr ter levado o prêmio com o elogiado 'Central do Brasil'. Comprovando que "a nossa carnificina vende bem lá fora" - como argumenta a cineasta Leila Barreto -, 'Tropa' apresenta, de forma clarividente, o mundo cão das favelas do Rio de Janeiro e a ação do Bope, realidade muito distante para o júri do hemisfério norte.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Rumo?

E, então, chegamos ao ponto da questão: should I stay or should I go?
Mas... ficar aonde? Aqui?! Ir pra onde? Lá? Lá, aonde?
Mudar!
Mudar?
Mudar...
Mudança não significa ruptura integral, necessariamente. Todo dia rompemos com um pedaço, um lapso de memória, uma mania. Às vezes, cortar tudo também se faz preciso. Mas não quero tempestade, nem chuva ácida, quero saída para qualquer parte. Antes de mais nada, preciso (re)descobrir o ponto onde quero estar. Vislumbrar direitinho e garantir a pontaria. Sem erros, desvios, ou atalhos no caminho. Não desta vez.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Mas é Carnaval

Hora de emoldurar o sorriso no rosto
Esquecer todo o estorvo que foi a semana passada

Com ou sem fantasia
Alegria não vai faltar
Nem para mim
Nem para você

Envolvidos pela serpentina
Seremos felizes com o aval
Que só o início do carvaval
Pode nos trazer

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

EMMY




Para os desavisados, EMMY foi a segunda banda da qual Madonna participou antes de gravar seu primeiro disco solo - MADONNA -, em 1983. Mistura de Pretenders com Blondie e pitadas de Bowie e Police, a banda deixou alguns registros em K7, que vazaram pela internet no começo desta década. Algumas gravações são precárias, outras nem tanto, mas, ainda assim, é muito interessante ouvi-las e imaginar o outro caminho que a rainha do pop poderia ter seguido, se continuasse... on the rocks.


Falo sobre tudo isso e Mary Fê na minha colunna do site Madonna Online:


quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Deterioração Climática

Na semana mais fria do verão
As pessoas morrem sem tesão
Na amplitude da mudança climática
As crianças não aturam matemática

Os velhos esquecem o futuro
Grampeiam lucidez no muro
Não obedecem mais
Perderam a vontade

E nós, como estamos?
Será que já afogamos?
As raspas, os restos
Afetivos destruídos?

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Por uma vida menos pesada

Eu gostaria de fazer um adendo neste momento.
Semana passada fiz uma visita ao blog de Tuny Tuney, o incrível 'Saco da Gambá', e fiquei impressionado: a página dela estava demorando muito a carregar. E, com isso, não demorou nada para que o meu faro canino compreendesse que havia um rastro de gordura por lá. Não sei se resquícios de leite condensado, ou, quem sabe, uma panelinha suja de brigadeiro. Uma coisa eu sabia: ali havia banha. Não era à toa que a página estava pesada, com problemas. Assim que o primeiro (na verdade, último) post de Tuny se configurou na minha frente, com sua bela foto, saquei que uma certa inveja suína estava rondando o lugar. Fiquei preocupado, é verdade. E diante de meus olhos, o quadro da obesidade mórbida estava fincado em forma de Carmem Lúcia. Sim, oriunda do longínquo estado do Acre, a S.G. (sujeita gorda) estava engordando os comentários do blog com equívocos provenientes de uma fase oral mal resolvida. A fixação da cidadã com a boca. Sua incrível voracidade verborrágica é que estava pesando a página. E eu pensei: "-Mas por quê será que a gordinha está tão enfezada?". Ela devia, obviamente, estar com as tripas cheias de cocô, razão de tanto mau humor. Aquela barrigona afrontada, a blusinha de botões sorridentes e, obviamente, isso não pode fazer bem a ninguém. Reparei que Tuny já havia alertado que fora gorda um dia. Foi um depoimento sincero, ela tinha aval para falar sobre o assunto. Acima de tudo, conhecimento de causa. E foi vilipendiada gratuitamente. Por isso, eu quis, através deste blog filosófico e semi-pretencioso, dar o meu apoio. Eu também já fui um sujeito gordo. Alguém pode mesmo achar interessante ser gordo? Não. Mas isso não significa que estejamos sendo preconceituosos. Não, não é nada disso. Apenas queremos ajudar um(a) amigo(a) a deixar esse estado vigente e pesado para adiquirir a leveza tão necessária, fácil. Como diria Garfield, "não se pode ser feliz e gordo ao mesmo tempo". Aos interessados, visitem:
http://sacodagamba.zip.net/
Tuny, a gente tá junto nessa luta.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Terra?!

No meu processo evolutivo-diário tem horas que a loucura me invade. Não sei se é loucura, às vezes, parece-me excesso de lucidez. Por que a minha observação ficou tão aguçada? Como descobri esse caminho?Tudo é analisado involuntariamente. Acontece. Já não consigo evitar. Os meus pensamentos vão se encaixando à medida que compreendo as necessidades alheias. E as minhas? Elas estão dentro deste liquidificador. A terra não me libera. Estou fincado numa raiz tão antiga, tão resistente. Gostaria de poder voar, não muito alto, mas um pouco. Sabe como?

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

3

Já parou para reparar que tudo o que acontece pela terceira vez é melhor?
Digamos que a terceira vez é um divisor de águas. É. Você faz uma coisa boa e é ótimo da primeira vez. A segunda, com a dúvida, é sempre crua. Mas a terceira, ah a terceira, equilibra o resto e faz toda a diferença. A merda é que se não passarmos pela segunda, não chegamos à terceira. Entendeu?

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Destino

A cada dia que passa, eu fico mais impressionado, bestificado, com o destino. "O universo segue o rumo que todos nós escolhemos". O verso de Rita Lee e Paulo Coelho da música 'O Toque' é absurdamente certeiro. Além daquela força que nos eleva e cuida do funcionamento da matéria, há o desejo subjetivo. Cada um tem o seu e a escolha de passar por esta rua ao invés daquela pode representar um novo acontecimento. Hoje aconteceu. Eu estava indo até a faculdade para resolver questões de documentação e peguei um atalho. Não deu certo. Esse atalho me jogou em outra rua e, com isso, encontrei pessoas queridas que eu não via há tanto tempo. Se o atalho desse certo, eu dificilmente teria me encontrado com elas. A escolha do atalho foi minha, mas o desvio... só Deus pode explicar, né mesmo?
Let it will be...