
- Guilherme Scarpa
- Rio de Janeiro, Brazil
- Sem uma verdade-conclusão, sigo escrevendo com paixão sobre tudo que absorve essa existência do cão.
sábado, 12 de setembro de 2009
O Presente
Estou vivendo há 12 dias em uma nova casa. É uma espécie de catarse na vida. Coragem fazer isso debaixo de um inferno astral. Minimizei o fato apenas. Sei de sua existência. E parece que deu tudo certo como eu esperava. Até este décimo segundo dia em Laranjeiras. Neste quarto com móveis laranjas, tapetes, persianas brancas e colchão de molas. Ansioso pelos próximos 1o dias? Sim.. Mas, na verdade, o aniversário deixou de ser uma data tão estimada. Claro que estou planejando mais uma festa. Nunca vou perder esta oportunidade. É que a diferença está justamente na postura em relação a isso. A insegurança passou e são os alicerces que interessam. Os que passaram e ficaram. E só.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
100 (diferentes) vezes
Num raro momento à toa no começo da noite de sexta-feira, lembrei que possuo um blog. Ele anda meio abandonado, é verdade, mas num esquecido por completo. Talvez tenha a ver com o egoísmo que carrego em mim, dizem alguns. Talvez não. O fato é que percebi que este é o post de número 100. E, como inaugurei este departamento em 2007, há dois anos, realmente andei escrevendo pouco, certo? Apenas 100 vezes e cada ano tem 364 dias normalmente. Devia estar no mínimo em torno dos 500... Mas tudo bem. Desisti do padrão há muito tempo. Abandonei as regras, fui me ocupando em rompê-las. E, claro, assumi outras vertentes da minha personalidade, sempre em busca de uma existência mais cômoda, fácil. Mas não virei anarquista por causa disso, graças a Deus. Apenas aprendi a ter jogo de cintura, manipular. O mundo pertence a esses, certo? E é redondinho, nunca se esqueça. Algum departamento mora na filosofia.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Parece até coisa de filme...
Era uma noite chuvosa. Atípica. Ninguém esperava muito. E por isso mesmo, fantástica. A água que escorria no rosto encontrou calor ao invés do frio. Dois corpos gelados pelo inverno de Botafogo, duas almas agora tão próximas, ligadas pelo acaso. Escorados um no outro, sabiam desde o começo, embora o instante impressionante ainda estivesse por vir. Para ele, viria com certa surpresa. Para ela, talvez. Na verdade, havia uma fila que parecia interminável no caminho. Passado o afago inicial, o ato viria pouco depois de vagar por aquela casa norturna. Agora com trilha sonora. Eram duas pistas, como de costume. Tantas histórias vividas naquele lugar, mas nenhuma como esta. Depois de muitas subidas e descidas, um momento único próximo ao bar no segundo andar. Uma troca de olhares. Um reencontro de desejos. E o beijo, logo depois daquele abraço forte, quente, aconteceu. E muitos outros, de tantos tipos, que fizeram qualquer ruído desaparecer. Agora havia apenas duas línguas e múltiplos sorrisos em plena interação, fulgás. Sem amanhã, aquilo era fruto do presente, de um instante impressionante. E logo terminou. Ela se foi, ele, não. A caminho de casa, no taxi, chegou a mensagem. Pelo menos, ele espera que sim. Quanto ao futuro, fica a interrogação... como deve ser.
domingo, 12 de julho de 2009
Leve
Em tempos de crise, doenças e devastações ambientais, é tão difícil alcançar um pouco de felicidade. Mas acontece. Emergindo das profundezas dos sentimentos confusos e das preocupações, a vontade de ser feliz ainda fala mais alto, ainda destrói a maldade e a inveja. Com as forças do bem segue-se em frente neste mundo redondo. É possível ser feliz com todos os problemas e dificuldades. firmar isso num domingo tão frio e cinzento não é para qualquer um. Já a rotina recomeça e, com alegria de viver e disposição, tudo amanhece. Sem lamentos.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Crepúsculo do Deus do Pop
Acho que desde as mortes de Elvis e John Lennon não se via tanta comoção no mundo da música. É mais um baque no coraçãozinho pop, agora dilacerado. Não quero saber o que dizem sobre Michael Jackson. O que sempre me interessou é sua musicalidade riquíssima, o Moonwalking e tantos hits que foram a trilha sonora da minha vida. Temos uma conexão. Eu e 'Thriller' nascemos no mesmo ano de 1982. Embora adore 'Bad' e 'Off The Wall', acho que este sempre será meu disco favorito. Afinal de contas, deve ser o disco favorito de boa parcela do mundo porque vendeu 100 milhões de cópias, não é verdade? Não existe quem vá quebrar este recorde. Nem mesmo a Rainha do Pop Madonna. O rei foi posto e com ele toda a geração do disco, totalmente decadente frente a internet. Michael morreu aos 50 anos, talvez não pudesse ir adiante ou não quisesse. Às vésperas daquele que seria seu retorno triunfal, pegou o mundo de surpresa com sua saída repentina do cenário. Ele não é apenas o esquisito que ficou branco, foi acusado de pedofilia e se trancafiou num mundo imaginário. É um espírito elevadíssimo que contribuiu e alçou a música negra a patamares jamais imaginados antes. É e continuará sendo referência para muita gente. Sua perda é irreparável, mas, como afirmou Madonna nesta noite, "sua música continuará viva para sempre". E dentro do meu, do seu inconsciente que cantarola sem se dar conta trechos de 'Billie Jean'.
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Oração
Para você um mundo cor-de-rosa
É o que faremos.
Vamos atacar a coisa horrorosa!
Humor daremos
Para estrebuchar de uma vez
A agrura da desgraçada.
Devemos dizer um, dois, três
Para explodir a granada.
Depois dar descarga
Tão logo a doença
Caia naquela privada.
Agora que começa
A voz da gargalhada.
Você é de verdade,
Nunca cai em cilada,
Só busca felicidade
É o que faremos.
Vamos atacar a coisa horrorosa!
Humor daremos
Para estrebuchar de uma vez
A agrura da desgraçada.
Devemos dizer um, dois, três
Para explodir a granada.
Depois dar descarga
Tão logo a doença
Caia naquela privada.
Agora que começa
A voz da gargalhada.
Você é de verdade,
Nunca cai em cilada,
Só busca felicidade
segunda-feira, 15 de junho de 2009
O Amor?
Saiu e deixou no ar um cheiro peculiar de saudade, desejos e desavenças encerradas. É incoerente na latência da emoção. Sobrevive!
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Inércia
Gemidos de insegurança, medo. Medo do desconhecido, medo do que eu ainda não consigo dominar. Desejo, claro. Mas com dificuldade. Disso eu entendo, sei como funciona. E o que faço com o que eu sei? Sofro, fico imóvel, deixo para depois. Pulo a vez, espero uma chamada. Fico no escuro. E a luz não chega, incomoda. Fichas. Todas vão sendo jogadas como dardos na parede. É preciso ter mira, foco, objetivo. Acertar em cheio no meio da angústia. Vencer a fadiga, açoitar a preguiça com tridentes quentes do inferno. Sentir calor e esquecer o frio do inverno que já sem faz presente. Funciona?!
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Princípios de realidade
A Europa enche qualquer pessoa de glamour e gás, ainda mais quando se está na Riviera Francesa. Eu nunca imaginei que fosse parar lá aos 26 anos. Aliás, nunca pensei que o meu cinema iria parar tão longe. "Express", curta concebido por Leila Barreto, e executado por nós dois, Daniel Abud e minha sister, Luiza Scarpa, ganhou espaço, de última hora, no Short Film Corner, braço do Festival de Cannes. Aconteceu tão depressa. Dois dias de filmagens, duas madrugadas de edição. É possível fazer cinema de qualidade com baixo orçamento. Parece que obedecemos ao tão manjado jargão de Glauber Rocha: "uma câmera na mão e uma ideia na cabeça". Não é que dá certo? Assim nascem também os filmes experimentais. Por causa disto, passei 14 dias em Cannes e dois em Lisboa. Com isso, saí do meu cotidiano já tão desgastado, sem graça, e repetitivo. Acho que foi uma salvação divina, coisa do tipo. Eu sabia que precisava de mudanças, apenas não imaginava o quão drásticas eles seriam. E agora, com um restinho do bronze que peguei às margens do Mar Mediterrâneo, estou em casa, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. Sem o sol da Croissette, hoje faz um céu cinza bem escroto. E pálido, como tudo que não possui mágica. Não temos mais tapetes vermelhos, Angelina e Brad, Tarantino ou Almodóvar, muito menos as pernas de Sharon Stone. A Palma de Ouro não foi desta vez. Agora sinto que é hora de encontrar uma forma mais digna de sobreviver dentro deste marasmo tão sem graça que nos ameaça diariamente. E como fazê-lo?
terça-feira, 5 de maio de 2009
Express

Cosquinha no peito, um aperto, a insegurança. Há dois passos para o paraíso praticamente. Que medo que dá. Foi tudo tão depressa. Desde a idéia, até a execução, finalização e cartaz, capinha do DVD. With a little help from my friends. Muito Beatles na trilha da vida. Como plantações de morango sem fim. Tudo que se planta brota. E floresce como nunca em pleno outono. E é quente, não é frio o cerne das emoções. Tão multicoloridas, infladas e explosivas. Um parêntese foi escancarado, sem fechadura. A chave foi jogada fora ou desapareceu com os restos imortais das circunstâncias. O caminho é para Cannes. O sonho é um expresso para a liberdade.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Quando a bondade é agressiva
O abajur ainda aceso e um rasgo de céu invadindo a minha janela. Já tem passarinho cantando, o dia espreguiçando com satisfação. Parece que não vai chover, bom sinal para as emoções. Não são 24 horas de sofrimento. Apenas momentos de felicidade absurda. Deixar que as lágrimas escorram sem vergonha pelo canto da boca. Sentir o sal acelerar as sensações. Nunca tive vergonha de chorar. E chora-se tanto em uma vida. Mais por dor do que alegria. Mais por rancor do que compaixão. E nada melhora. Nem acalma. O sol agora está de volta e expulsa os restos de cinza que ainda pigmentam o azul do céu. É outono, as folhas também caem, assim como vão sendo varridas junto aos ressentimentos. Há bondade nas esquinas para aqueles que colaboraram nos últimos tempos. Se ajudou, foi digno, generoso e sensível, chegou a sua hora de ser agraciado. Afinal de contas, ja te acertaram alguma vez com uma bondade agressiva?
domingo, 22 de março de 2009
Tão longe, tão perto

A noite de domingo vai caindo. Dia de tempo nublado, ressaca básica, e muitas horas de sono. Ainda assim, é como se faltassem muitas. Sem aperto no peito, o que é bom sinal. Não foi uma superbebedeira, mas deu para enlouquecer um pouco. Sempre dá, na verdade. Talvez o efeito ainda seja do show do Radiohead. Como essas apresentações ao vivo são poderosas! É impossível parar um minuto sequer de pensar na existência. Não só na sua, mas das milhares que também estão ali por um mesmo interesse. Apatia e empolgação todo o tempo. Um show bipolar para uma platéia borderline. O Radiohead é assim. Começa na mania e vai até a depressão passando por todos os estágios emocionais. É assim que funciona. Ora vem um sentimento de fracasso, ora vem uma constatação. Depois um alívio, uma nova saída. Esses dias tão tumultuados. Muita energia no ar, boa e má. É um duelo cósmico invisível, mas com consequências. É preciso estar atento e forte todo o tempo, de vigilia. Uma tocaia pode ser fatal. Um passo para trás em falso, e lá há um buraco esperando. Uma espécie de arapuca mesmo. Ninguém perceberia. "Essa cidade está cheia de buracos, essa prefeitura não faz nada", dispara uma senhora no ponto de ônibus. É que ela sequer podia imaginar o olhar maligno que fora lançado por ali há um minuto atrás. É tão perto e tão longe. Se fosse possível vasculhar a mente de quem está ao lado, talvez uma boa intenção ou expectativa funcionasse. Ou então se frustrasse mais rápido. Só que essas respostas só o tempo vai dizer, é uma questão de investimento.
sábado, 7 de março de 2009
Pobre Barata
Estava sentindo a presença de alguém. Mais de uma vez. Eram passos, apenas passos de algum ser. Mas sumiu o barulho. Esqueci. Até porque estava mesmo é com outra coisa na cabeça.
Entrei no banho. Precisava daquela água mais que tudo, para me molhar. E, enquanto me deleitava com a água que escorria pelo chuveiro em mim, esqueci meu nome. Tinha apenas um basculante à minha frente. Com vidro, claro, e branco. Apenas um basculante. Já não sabia mais o que estava fazendo ali naquele momento. Por que a necessidade de estar em contato com a água em abundância? Estava ali para encontrar uma barata. Sim, era ela quem fazia ruídos criminosos com seus suspeitíssimos passos. Pensava que era discreta! Coitada. Estava marrom daquele jeito, pespegada onde deveria estar a tampa da pasta de dente. Não guardei a marca, mas certamente é uma dessas de menta, hortelã, ou qualquer coisa refrescante. Exibida, imponente, ela estava ali para me enfrentar. Preferi observar meu reflexo no espelho antes de fazer qualquer coisa. Voltei os olhos para ela, ali, imunda, tão inimiga. Parei as mãos, e procurei por algo líquido que pudesse matá-la, ou algo que a fizesse desaparecer. O mais próximo que encontrei foi frasco de acetona. Sabia que isso não não lascaria nem o esmalte da maldita, mas poderia surtir algum efeito devastador, vil, sobre a pequena marrom.
Dei um toque no mármore da pia. Ela se assustou, mas não muito. Estava de tocaia com certeza. Do tipo bem esperta e veterana. Sim, ela tinha um gingado impressionante. E assim saltou do mármore para debaixo da balança que fica no banheiro. A desgraçada não pesa nem um grama. Que filha da puta! Só é barata mesmo porque ninguém sabe de onde veio e para aonde vai. Essa peste transviada traz nojo e aflição a quem não a suporta, e simplesmente um vazio para quem sabe conviver com ela, pobre barata.
Entrei no banho. Precisava daquela água mais que tudo, para me molhar. E, enquanto me deleitava com a água que escorria pelo chuveiro em mim, esqueci meu nome. Tinha apenas um basculante à minha frente. Com vidro, claro, e branco. Apenas um basculante. Já não sabia mais o que estava fazendo ali naquele momento. Por que a necessidade de estar em contato com a água em abundância? Estava ali para encontrar uma barata. Sim, era ela quem fazia ruídos criminosos com seus suspeitíssimos passos. Pensava que era discreta! Coitada. Estava marrom daquele jeito, pespegada onde deveria estar a tampa da pasta de dente. Não guardei a marca, mas certamente é uma dessas de menta, hortelã, ou qualquer coisa refrescante. Exibida, imponente, ela estava ali para me enfrentar. Preferi observar meu reflexo no espelho antes de fazer qualquer coisa. Voltei os olhos para ela, ali, imunda, tão inimiga. Parei as mãos, e procurei por algo líquido que pudesse matá-la, ou algo que a fizesse desaparecer. O mais próximo que encontrei foi frasco de acetona. Sabia que isso não não lascaria nem o esmalte da maldita, mas poderia surtir algum efeito devastador, vil, sobre a pequena marrom.
Dei um toque no mármore da pia. Ela se assustou, mas não muito. Estava de tocaia com certeza. Do tipo bem esperta e veterana. Sim, ela tinha um gingado impressionante. E assim saltou do mármore para debaixo da balança que fica no banheiro. A desgraçada não pesa nem um grama. Que filha da puta! Só é barata mesmo porque ninguém sabe de onde veio e para aonde vai. Essa peste transviada traz nojo e aflição a quem não a suporta, e simplesmente um vazio para quem sabe conviver com ela, pobre barata.
domingo, 1 de março de 2009
O Carnaval mexe com as pessoas
Foi bom enquanto durou. A quarta-feira de cinzas tinha mesmo de traumatizar. Mas perdão desnecessário não se pede mais. Para cada vacilo um vácuo de existência. Com as palavras do Gentileza, a gente segue com certeza.
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Dune Buggy à meia-noite
Mongolizando um pouco no começo da madrugada. Hora estranha, na verdade. Penso demais e nada faço. Continuo naquele ritmo acelerado, sem muita paciência. Os Mutantes me fazem companhia, ótima por sinal. Com o problema do controle remoto do DVD estou fadado a ouvir apenas CDs inteiros, e eles precisam ser 80% bons para que role sem problemas. Ninguém interessante online. Papo devagar. O que eu estou fazendo aqui? Terminei as obrigações todas do dia e não descobri que espécie de lazer estou em busca. Agora sinto saudade dela. Sei que está sozinha, feito eu, lá do outro lado. Mas gosto do momento solitário também. A angústia não se faz presente. Mas há o vazio. Esse é difícil de preencher, dizem.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Marchando pra Frente
Quando o carnaval te encontrar
Não deixa pulsar o mal
Bota a alma profana para arejar
Evita aquele vendaval
Escuta a marchinha que agrada
Mistura-te ao povão
Saca a serpentina tão aguardada
Contagia esse coração
Alegria é a melhor coisa que existe
Busca saída num samba-canção
Para o que não tem mais solução
E depois dos 4 dias não fica triste
Sim?
Não deixa pulsar o mal
Bota a alma profana para arejar
Evita aquele vendaval
Escuta a marchinha que agrada
Mistura-te ao povão
Saca a serpentina tão aguardada
Contagia esse coração
Alegria é a melhor coisa que existe
Busca saída num samba-canção
Para o que não tem mais solução
E depois dos 4 dias não fica triste
Sim?
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Tempestade
Nos tormanos cúmplices involuntariamente. Basta alguém aparecer e expor uma história inenarrável que nos tornamos escravos de um segredo que ninguém gostaria de guardar. Mas aí é tarde demais. Uma vez soltas no universos, as palavras nos fazem de refém. O tempo é indeterminado. Difícil descobrir quando virá à tona. Mas sempre vem. E quando vem, acontecem terremotos, desmoronamentos. Os fenômenos todos brotam com a histeria da situação. E você, que nada tem a ver com aquilo, está no meio, dentro do liquidificador de merda, sendo dilacerado por lâminas tão absurdas. E depois? Depois só pode vir a claridade, a reconstrução, um novo caminho. É nisso que devemos nos agarrar.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
2009?
Hum... ainda não sei ao certo o que este ano reserva. Mudanças, sem dúvida. E daquelas que transformam água em vinho. Eu, por exemplo, sou um dos ingredientes desta louca solução. E a minha certeza, até agora, é uma só: "music is primal and it´s visceral, it´s about coming to life", como já disse Lady Madonna. É com a música que eu vou atravessar o novo. Mais do que nunca. Wish me lucky! As máscaras estão derretendo a olho nu. Tudo o que não presta já começou a desmoronar. O espetáculo é repetitivo, devo dizer. Só resta esperar...
sábado, 27 de dezembro de 2008
Um devaneio
Na Faixa de Gaza dos meus sentimentos
Não sobra mais ódio nem bombardeio
Com o passar dos meus arrependimentos
Vou apagando tudo aquilo que odeio
Não sobra mais ódio nem bombardeio
Com o passar dos meus arrependimentos
Vou apagando tudo aquilo que odeio
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Mellon Collie And The Infinite Sadness

Um dia tão Smashing Pumpkins. Na verdade, só pelo título do disco mais célebre da banda. O prêmio tristeza é de Ian Curtis, do Joy Division. Eu ainda não sei muito bem, mas tudo me conduziu ao cinema hoje. Fui assistir a Control (com muito atraso, devo dizer) no velho Cine Arte UFF esta tarde.
Fazia tanto calor e os ônibus estavam tão cheios às 18h30 que só mesmo um cinema podia organizar as emoções e me livrar do calorão pós-chuva tão atordoador. Já sabia que Control estava passando neste cinema, só não sabia que o horário casaria tão perfeitamente com o acaso.
Saí puto da sessão. E não consegui me lembrar de outro filme que tivesse me deixado puto, o que não significa que o filme seja ruim, muito pelo contrário. Uma irritação já vinha me consumindo desde que Ian começou a cornear a mulher que ele roubou do amigo e inventou de ter um filho com ela. Tudo muito gratuito e de bobeira na vida do ex-vocalista do Joy Division.
Neste momento lembrei da minha teoria sobre pessoas cuja genialidade esconde uma tremenda precariedade no campo emocional. Talvez eu ou você que está acompanhando este texto soframos disso. Pelo menos eu não tenho epilepsia, graças a Deus. Nem roubei ninguém de alguém e sugeri que tivéssemos um filho para depois, no meio da rua, de manhã cedo, dizer que não amo mais.
Aliás, eu falo demais. Ele não dizia quase nada. Fiquei todo o tempo tentando me afastar da personalidade de Ian Curtis enquando assistia ao filme sobre sua vida. Mas não tive escapatória e me idenfiquei com ele sim. Hoje eu fiquei triste de bobeira. Ainda que só hoje, ou de vez em quando, eu pelo menos percebi que fico feliz mais vezes do que triste. Isso já é alguma coisa.
A vida de Curtis foi feita das tristezas que ele inventou, equivocadamente. Mas quantos não fazem isso sem motivo aparante? Eu estou triste hoje porque em 2009 vou começar um nova vida. Ainda não é do jeito que eu gostaria, da forma, e no lugar certo, mas é saída para alguma parte. O processo é de solucionar e não problematizar. Imagina só se eu embarco numa depressão destas, de bobeira, e me encontram morto com uma corda no pescoço?
Eu não sou sério o bastante como Curtis para isso. Na verdade, eu nunca fui sério. Sou fanfarrão, como dizem por aí. E por isso saí tão irritado da última sessão de cinema. Incomoda ver gente desperdiçando vida porque vê problema em tudo. Que mania é essa de transformar felicidade em cacos de vidro para ficar cortando o pé e sangrando eternamente?
E quem garante que a minha melancolia acabou? Estou aqui ainda lutando com ela, envolvendo o peito com uma corda e apertando, apertando, apertando, para ver se desaparece na fina poeira do ar. Mais um pouco e acho que... sim... est0u quase conseguindo.
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